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Para Kátia, conflitos fundiários acontecem porque índios “saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção”

Ministra da Agricultura condena discurso "velho" para "justificar reforma agrária"

A ministra Kátia Abreu (PMDB) afirmou à Folha de São Paulo  nesta segunda-feira, 5, que os conflitos fundiários com indígenas ocorrem porque eles “saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção”. “Latifúndio não existe mais. Mas isso não acaba com a reforma. Há projetos de colonização maravilhosos que podem ser implementados. Agora, usar discurso velho, antigo, irreal, para justificar reforma agrária? A bancada [ruralista] vai trabalhar sempre, discutir, debater”, declarou, destacando que o Brasil precisa de uma reforma agrária pontual.Quando questionada pela Folha de. S. Paulo se vai chamar os movimentos para dialogar, Kátia Abreu argumentou que conflitos em outras áreas não são de competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Meus colegas do Desenvolvimento Agrário, do Incra, podem mediá-los com competência. Agora, passou o pé para dentro da terra, tô dentro. Inclusive índio. Se quiser ajudar os índios a produzirem, sou a parceira número um. Faço isso no meu Estado”, disse a ministra.

De acordo com a ministra, deve ser criada uma grande classe média rural brasileira, pois dos 5 milhões de produtores do Brasil, 30 mil são das classes A e B e 796 mil da classe C. “Nas classes D e E estão 70%, que contam com financiamento barato, mas não têm assistência técnica. Nós precisamos pegar essas pessoas, identificá-las, fazer editais e leilões para dar a elas assistência continuada”, explicou.

Crise
Em relação ao orçamento do ministério, Kátia Abreu afirmou que o setor do agronegócio é tão consolidado e dá respostas tão rápidas que é “perigoso até ele [ministro da Fazenda, Joaquim Levy] me dar mais do que peço”. “Então não tenho medo dos cortes do Levy. Ele vai investir em carne boa. Não vai investir em carne podre. O agronegócio não é carne podre”, frisou.

A peemedebista disse ao jornal que recebeu da presidente Dilma Rousseff (PT) a missão de “revolucionar” a pasta e que não teme a contenção de gastos para este ano. “Ela [Dilma] quer que o Ministério da Agricultura tenha uma interlocução forte com o Ministério dos Transportes para discutir logística, PAC 2, PAC 3”, comentou.

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