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Iderval rebate argumentos para intervenção, defende que Marcelo dialogue com o partido e diz que ex-governador “ainda é o maior líder” da legenda

Ele também elogiou Gaguim, afirmando ele tem a “simpatia” dos deputados

Diante da notícia da definição de um relator para analisar o pedido de intervenção da direção nacional no PMDB do Tocantins, o deputado estadual Iderval Silva (PMDB) afirmou nesta terça-feira, 26, que os argumentos apresentados “não fazem jus a uma intervenção” e defendeu que o ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) deve dialogar com o partido.
Nessa segunda-feira, o deputado federal Lelo Coimbra (PMDB-ES) foi nomeado relator do pedido de intervenção, formalizado por um grupo de peemedebistas do Estado, liderados por Miranda, insatisfeito com o direcionamento dado pela atual diretoria, comandada pelo deputado federal Júnior Coimbra.

Iderval analisou algumas das alegações feitas para justificar o pedido: “profundo descontentamento de ampla maioria da base partidária, com os rumos dados ao partido pela atual diretoria”; e a necessidade de reorganizar as finanças do diretório, “que tem recebido repasses protegidos por liminar judicial”.

Segundo o deputado, o descontentamento não é argumento para pedir intervenção, uma vez que os rumos da legenda estão sendo tomados por uma diretoria eleita para tal. “Para isso, teria que fazer outra eleição, pois quem está lá, está porque foi eleito”, disse Iderval.
Além disso, rebateu o outro argumento alegando que não há repasses sendo recebidos pelo PMDB do Tocantins, nem por liminar. “E isso não é por causa do Júnior, é uma questão dos tempos do Osvaldo Reis [ex-presidente da legenda], por questão mesmo de ‘erros contábeis’”, disse.

Conforme o parlamentar, sem receber qualquer repasse, a estrutura do PMDB do Tocantins tem sobrevivido graças ao fato de a nacional vir efetuando o pagamento dos funcionários, e de doações dos filiados, como os parlamentares, cujas doações estariam possibilitando pagamento de contas como aluguel, energia, água e até processos judiciais em tramitação.

Os outros argumentos apresentados para o pedido de intervenção foram: evitar coligação com outros partidos “em flagrante desacordo com a orientação nacional”; e assegurar a disciplina e democracia interna, sob alegação de que o partido realiza eleição para preencher cargos desrespeitando o direito das minorias.

Diálogo

Além de rebater alguns dos argumentos, o parlamentar teceu críticas à forma como os insatisfeitos, liderados por Marcelo, agiram ao buscar em Brasília, junto à direção nacional, a solução para um problema local. “Eles fizeram a pior escolha. Vivemos numa democracia. O partido sempre esteve aberto para o diálogo”, disse ele.

Num discurso bem mais brando que o que vinha fazendo, defendeu que ainda há espaço para que este diálogo ocorra. Iderval enfatizou que Marcelo Miranda “ainda é o maior líder do partido”, mas que não estaria “sabendo como liderar”. “Ele pode chamar o partido para o diálogo. O PMDB é um partido que sempre discute”, disse.

Por outro lado, afirmou que a insistência no pedido de intervenção seria uma postura antidemocrática. “A palavra intervenção demonstra truculência. Acho que não é nem bonito para um ex-governador ficar falando em intervenção”, criticou.

Por sua vez, sobraram elogios ao ex-governador Carlos Henrique Gaguim (PMDB). Iderval disse que este conta com grande “simpatia” dos deputados estaduais. Ele disse que não sabe o porquê de Marcelo não ter a mesma abertura com o parlamentares.

“O fato é que a intervenção não é o caminho e, desde que eu entrei no PMDB, nunca ouvi falar de uma situação dessas no partido. Se acontecer uma intervenção agora, acho até que vai ser a primeira do PMDB”, disse.

Gaguim quer deputado estadual como presidente 

Na semana passada, em entrevista ao CT, Gaguim, uma das lideranças do PMDB que, junto com Miranda buscou a intervenção da direção nacional do partido sobre o diretório estadual se posicionou favorável a um acordo entre os grupos – o de Coimbra e o de Marcelo – de forma que ambos possam compor o Diretório do partido no Tocantins.

Para Carlos Gaguim, um acordo entre os grupos se mostra viável . “A minha posição é que, para não dar briga, tanto o Marcelo quanto o Júnior abram mão para que um deputado estadual assuma”, defendeu Gaguim. Segundo ele, os deputados federais ficam distantes, em Brasília, e a proximidade de um parlamentar estadual seria positivo para o partido.


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