Governador interino afirma que não há nenhuma conversa sobre eleição de outubro: "Tem muito tempo ainda pela frente”
Em convenção realizada nesse domingo, 27, o Solidariedade oficializou de
forma unânime entre os membros a candidatura do governador em exercício
Sandoval Cardoso (SD), para a eleição indireta do dia 4 de maio. Na
solenidade, realizada no plenarinho da Assembleia Legislativa, não foi
definido o candidato a vice-governador.
Após Sandoval Cardoso dar abertura à convenção, o vice-presidente
nacional do SD, deputado federal Eduardo Gomes, tomou a palavra para
indicar o nome do governador em exercício para disputar a indireta,
exaltando o perfil de Sandoval. “O partido Solidariedade tem muita
confiança na sua condução e no seu equilíbrio. O destino colocou uma
pessoa preparada para esse desafio. Eu queria nesse momento sugerir e
registrar essa pretensão”. disse o parlamentar.
Sandoval Cardoso agradeceu as palavras e declarou-se disposto a disputar
o processo, citando a oportunidade dada a ele pela renúncia do
ex-governador Siqueira Campos (PSDB). “Essa responsabilidade que o
governador Siqueira Campos me permite, com a posição que ele toma, eu só
posso retribuir com muito trabalho e muita dedicação. Eu quero sim
fazer o compromisso de que vamos manter a governabilidade do Estado”,
afirmou.
O deputado estadual Wanderlei Barbosa (SD) assumiu a presidência da
convenção e reproduziu mensagem de apoio em vídeo do presidente nacional
do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força. A palavra em
seguida foi aberta para o pronunciamento dos deputados.
Oportunidade aos novos
O deputado estadual Stalin Bucar (SD) comentou a renúncia de Siqueira
Campos, afirmando que sua atitude foi “espontânea” e sem “nenhuma
pressão”, e que o objetivo era dar oportunidade a novos gestores. “Ele
fez [a renúncia] para dar possibilidade à juventude do Estado. Mostrar
que o jovem também sabe e pode administrar os recursos do Estado do
Tocantins, e propiciou ao governador Sandoval Cardoso essa
possibilidade. E ela foi tão bem-vinda que é abraçada por todos os
colegas deputados estaduais”, disse Bucar.
Outro deputado que entoou "a grande aprovação do nome de Sandoval" foi
Jorge Frederico (SD). “Uma candidatura não nasce imposta. Essa
candidatura de Sandoval Cardoso nasceu da vontade dos parlamentares”,
destacou. Frederico também lembrou que a renúncia de Siqueira foi legal e
disparou: “Um golpe democrático eu nunca ouvi falar. É de uma forma
absurda”, criticou o termo usado pela oposição para se referir à
renúncia.
Os deputados do SD Vilmar do Detran e Solange Duailibe também
depositaram apoio à candidatura de Sandoval. Vilmar destacou que o
governador em exercício é um nome consensual entre os membros do
partido. “Nós entendemos que não há nome melhor do que o seu para
disputar essa eleição”, afirmou o parlamentar se dirigindo ao candidato.
No seu pronunciamento, Solange Duailibe alertou Sandoval Cardoso sobre a
“grande responsabilidade” que é assumir o governo. “Suceder um
governador como Siqueira Campos é um desafio”, afirmou a deputada, e
garantiu: “O deputado Sandoval é o candidato mais forte”.
"Um craque"
O deputado estadual Amelio Cayres usou a palavra para exaltar a ação do
ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos (PTB).
“Grande articulação feita pelo senador Eduardo Siqueira Campos, que é um
craque”, afirmou.
O presidente em exercício da convenção, Wanderlei Barbosa, antes de
convocar a votação, criticou a oposição em seu discurso. “Nós observamos
tanta coisa. Até querer escolher o candidato nosso a oposição já faz.
Quando eles dizem que o governador Siqueira Campos deu um golpe para
eleger o filho, eles querem escolher. Nós temos partidos, nós temos
frente política, nós temos democracia a ser seguida”. O parlamentar
ainda alfinetou: “Aqui não tem aquela conversa: mas fulano tem R$ 3
milhões para comprar votos. Não! Aqui tem homens que representam o
sentimento da população tocantinense”.
A votação foi aberta e Sandoval Cardoso foi escolhido como candidato ao
governo na eleição indireta por unanimidade. Também foi unanime a
decisão de delegar à comissão executiva estadual do SD para deliberar
sobre a coligação com outros partidos para a indicação do candidato a
vice-governador.
Wanderlei Barbosa afirmou em entrevista a possibilidade de diálogo com
partidos que não são da base do governo, um deles é o PPS, que pode
indicar seu presidente, deputado estadual Eduardo do Dertins de vice, na
convenção de quarta-feira, 30. “Dentro do próprio grupo nós temos
vários partidos que manifestaram o desejo de indicar o vice. Além disso,
nós buscamos abrir o nosso grupo político mostrando o crescimento dele,
buscando nomes de outros partidos que ainda não são da base, até por
que nós vivemos um processo democrático intenso e a democracia nos
permite isso. Conversar com aqueles que pensam ideologicamente diferente
para que a gente possa convergir na ideologia que nós pensamos que é a
melhor no Estado”, defendeu.
Nada definido para outubro
Em entrevista ao CT, o candidato escolhido para
disputar as eleições indiretas e atual governador em exercício, Sandoval
Cardoso, afirmou não haver diálogo para uma possível reeleição em
outubro, caso vença a indireta. “Nada definido. Não tem nem conversa
sobre isso. Tem muito tempo ainda pela frente”.
Questionado sobre a acusação da oposição em relação a renúncia de
Siqueira Campos ser um golpe, Sandoval respondeu: “Não tem nem o que
comentar. Golpe, o que eu entendo, é uma tomada de poder, e o governador
Siqueira Campos se afasta do poder. Não tem nada a ver com golpe”,
afirmou.
Sandoval também disse estar tranquilo sobre sua possível inegibilidade
na eleição indireta, também apontada por membros da oposição, por não
ter um ano de filiação partidária. “Não há nenhuma insegurança. De forma
alguma. Se não nós não teríamos lançado candidatura”.
Estavam presentes na convenção do Solidariedade o vice-presidente
nacional da sigla, deputado federal Eduardo Gomes, o governador em
exercício, Sandoval Cardoso, e os deputados estaduais Amelio Cayes,
Jorge Frederico, Vilmar do Detran, Stalin Bucar, Iderval Silva, Solange
Duailibe e Wanderlei Barbosa, além do ex-secretário de Estado para
Missões Especiais Darci Coelho. O senador Vicentinho Alves não
participou.
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