Presidente da Comissão de Direitos Humanos.é discriminado, diz PR.
A decisão dos dirigentes do PSC de bancar a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara gerou protestos entre lideranças da Casa.
Os líderes de PC do B, Manuela D’Ávila, e do PSOL, Ivan Valente, afirmaram que a resistência da sigla governista é um “erro” que poderá causar desgastes ao parlamento. Para o líder do PR, Anthony Garotinho, há "discriminação religiosa" contra o deputado, alvo de protestos pelo país em razão de declarações interpretadas como racistas e homofóbicas.
“Acho que o PSC erra ao não perceber o impedimento político do deputado Marco Feliciano. Ele deveria se dar como moralmente impedido para ocupar aquele espaço. Sua permanência no cargo de presidente da comissão perpetua um desgaste ao Legislativo”, reclamou a líder do PC do B, Manuela D’Ávila (RS).
Na tarde desta terça (26), a executiva nacional e a bancada do PSC na Câmara decidiram apoiar a permanência do deputado na presidência da comissão.
Um dos principais opositores de Feliciano, o líder do PSOL, Ivan Valente (SP), reconhece que, diante da resistência do PSC de substituir o comando da comissão, ficam reduzidas as chances de o deputado deixar o posto.
“Regimentalmente, não tem como solucionar o impasse imediatamente. A não ser que haja a quebra de decoro parlamentar [por parte de Feliciano], o que poderia levar a uma representação na corregedoria da Câmara”, disse Valente.
Depois de pedir ao PSC para que convencesse Feliciano a renunciar à presidência da comissão, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), declarou nesta terça que tem de respeitar a decisão do partido.
O peemedebista convocou os líderes da Casa para uma reunião em seu gabinete, nesta noite, para tentar negociar uma espécie de trégua na Comissão de Direitos Humanos, cujas sessões têm sido tumultuadas devido à presença de manifestantes.
'Discriminação'
Líder do PR e integrante da bancada evangélica, o deputado Anthony Garotinho (RJ) classificou de “discriminação religiosa” a crise envolvendo Feliciano.
Líder do PR e integrante da bancada evangélica, o deputado Anthony Garotinho (RJ) classificou de “discriminação religiosa” a crise envolvendo Feliciano.
Para Garotinho, Feliciano de ser julgado pelos seus atos como presidente da comissão, e não por declarações que tenha dado no passado. Desde sua indicação, o deputado sofre pressão para deixar o posto por conta de declarações consideradas homofóbicas e racistas.
“Não se pode transformar a Comissão de Direitos Humanos em palco de profundo desrespeito aos evangélicos brasileiros. Se ele [Feliciano] cometer qualquer ato discriminatório contra quem quer que seja, na presidência da comissão, ele tem de ser jugado por esse ato. Agora, por atos que ele faz no púlpito da igreja, não tem cabimento”, defendeu o ex-governador do Rio.
Na avaliação do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), a negativa do PSC de destituir Feliciano do cargo irá provocar uma reação dos movimentos sociais. O parlamentar do PSOL também disse que Henrique Alves terá de “sair de cima do muro” sobre a crise na comissão.
“Essa decisão [do PSC] de radicalizar vai levar os movimentos no país inteiro a radicalizar. O presidente da Câmara vai ter que sair de cima do muro. Ou ele defende a permanência do Marco Feliciano ou pede que o PSC indique outra pessoa para o cargo”, declarou.
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