O Estado deve se preparar para mais uma eleição indireta, se o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) seguir o entendimento da Procuradoria Geral
Eleitoral de que o governador Siqueira Campos (PSDB) e seu vice João
Oliveira (PSD) cometeram abusos nas eleições de 2010. A informação é de
um importante advogado do Tocantins, que preferiu não se identificar.
Ele explicou que, se confirmada a cassação de Siqueira e João Oliveira,
os votos recebidos por eles serão considerados nulos. Como os votos
destinados a Gaguim somarão, ainda assim, menos de 50% do total, haverá
uma nova eleição.
Ainda conforme esse advogado, quando a cassação ocorre na primeira
metade do mandato (nos primeiros dois anos), há eleição popular, ou
seja, eleição direta; se ocorre na última metade (nos dois últimos
anos), a eleição é indireta.
No caso do Tocantins, como também ocorreu na cassação do ex-governador
Marcelo Miranda (PMDB), a cassação, se ocorrer, será nos últimos dois
anos. Assim, os deputados estaduais serão os responsáveis pela escolha
do sucessor de Siqueira.
Esse advogado avalia que o rito, a partir de agora, deve ser semelhante
ao do Recurso Contra Exepdição de Diploma (Rced) que cassou Marcelo, em
2009. Serão cerca de três para o Rced contra Siqueira entrar em
julgamento e outros quase dois meses para o julgamento dos recursos, no
caso de o julgamento resultar em cassação.
O advogado avaliou que a ministra relatora do caso, Luciana Lóssio, é "muito séria e dura".
Entenda
A Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) se manifestou nesta segunda-feira, 11, a favor da cassação do
diploma do governador Siqueira Campos (PSDB) e seu vice, João Oliveira
PSD). O parecer foi publicado nesta segunda e encaminhado ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
O Recurso Contra Expedição de Diploma (Rced) foi protocolado no
Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO) dia 6 de janeiro de 2011, tendo
como autores o ex-governador Carlos Gaguim (PMDB), o deputado federal
Júnior Coimbra (PMDB) e o deputado estadual Eduardo do Dertins (PPS).
Os argumentos usados contra Siqueira Campos são os mesmos utilizados no
Rced que resultou na cassação do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB):
abuso de poder político e econômico, uso indevido de veículo de
comunicação e compra de votos.
No parecer, a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, se
manifesta pelo provimento do recurso. Segundo ela, das acusações feitas
pelos autores da ação, “percebe-se claramente” que Siqueira e Oliveira
teriam utilizado de forma indevida de meio de comunicação social.
“A maior arma utilizada de forma irregular pelos recorridos foi a
propaganda, seja por meio de programas partidários destinados aos seus
partidos e partidos aliados, seja através do programa Primeira Mão,
veiculado pela TV Girassol”, enfatiza.
Segundo Sandra, a gravidade dos fatos “é inquestionável” por Siqueira e
Oliveira, “beneficiaram-se de recursos públicos destinados à veiculação
de propaganda partidária para alavancarem sua campanha”.
A vice-procuradora geral afirma ainda que a TV Girassol foi utilizada
para realizar propaganda eleitoral irregular, desafiando decisões
judiciais que a haviam condenado por destacar a campanha de Siqueira e
atacar o opositor, Carlos Gaguim.
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