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Patriota felicita Maduro e diz que resultado deve ser 'respeitado'

Para ministro, eleição na Venezuela representa 'vitória da democracia'.
Oposição alega irregularidades e pede recontagem de votos.

O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou nesta segunda-feira (15) que o resultado da eleição presidencial na Venezuela deve ser “respeitado” e felicitou Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, pela vitória nas urnas.
“Nos associamos plenamente com a declaração que foi emitida pelo chefe da missão de acompanhamento eleitoral da Unasul [União de Nações Sul-Americanas].
Ele parabenizou o povo venezuelano pelo espírito cívico e democrático demonstrado ontem durante o ato eleitoral e disse também que os resultados devem ser respeitados por emanar da autoridade máxima eleitoral venezuelana, que é o Conselho Nacional Eleitoral”, disse Patriota após se reunir, no palácio do Itamaraty, com o chanceler da Guatemala, Luis Fernando Carreira Castro.
Nicolás Maduro foi eleito neste domingo (14) presidente da Venezuela até 2019, em votação realizada 40 dias após a morte do líder Hugo Chávez.
Mas seu rival, o oposicionista Henrique Capriles, não reconheceu a vitória do chavista e pediu uma recontagem total dos votos.
Maduro teve 50,66% dos votos, contra 49,07% de Capriles, segundo Tibisay Lucena, chefe do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.
Em números absolutos, foram 7.505.338 votos contra 7.270.403. A vitória foi por uma margem de 1,59 ponto percentual, ou 235 mil votos, muito mais apertada do que o esperado.
A Casa Branca disse nesta segunda que considera que uma auditoria nos resultados das eleições presidenciais da Venezuela seria um passo "importante, prudente e necessário".
Patriota, no entanto, destacou que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela deu a vitória a Maduro e que, uma vez proclamado pelo conselho, o resultado da eleição é irreversível.
"Eu chamaria a atenção dos senhores para o fato de que o conselho anunciou a vitória do presidente Nicolás Maduro, com apuração de 99,12% dos votos. O conselho, quando dá um resultado eleitoral, é porque considera que o resultado é irreversível", afirmou o ministro brasileiro.
Para ele, a a disputa eleitoral na Venezuela é uma "vitória da democracia". “Antes de mais nada a eleição de ontem é uma vitória da democracia. Em nossa região, consideramos a plena vigência da democracia como um ingrediente essencial para a integração regional e para o aprofundamento das relações em todos os níveis entre o Brasil e os países vizinhos.
Felicito o presidente Maduro pela sua vitória e reafirmamos a disposição de seguirmos nos relacionando estreitamente", afirmou.
Relações entre Brasil e Venezuela

O ministro disse ainda esperar que as relações entre Brasil e Venezuela se intensifiquem “ainda mais” na gestão do sucessor de Chávez.
“Recordo que hoje a Venezuela é um país membro do Mercosul, é um país estratégico. Nossa expectativa, como não poderia deixar de ser, é de prosseguirmos num caminho de relações cada vez mais estreitas, de uma integração cada vez mais profunda.”
Segundo Patriota, "nas próximas semanas", os subsecretários de América Latina do Brasil e da Venezuela devem se reunir para tratar dos rumos da cooperação bilateral.
"Na semana passada veio aqui o chanceler  venezuelano, Eíias Jaua, e nas conversas reafirmamos o interesse de manter esse contato, aliás, já organizar uma reunião dentro das próximas semanas em nível de vice-ministros, ministro Antônio Simões do lado brasileiro e ministra Verônica Guerreiro do lado venezuelano, para examinar desde as medidas e procedimentos necessários para a plena vigência do Mercosul, até a questão de investimentos de cooperação em determinadas áreas como agricultura, gestão pública, Minha Casa Minha Vida, até a questão de comércio mais intenso entre as regiões fronteiriças”, informou Patriota.

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