O deputado Wanderlei Barbosa usou a tribuna da Assembléia para novamente
atacar o portal T1 Notícias, a jornalista Roberta Tum e o repórter
Eduardo Lobo. O deputado Stálin Bucar também fez xingamentos
Na tribuna da Assembleia Legislativa (AL) do Tocantins, o deputado estadual Wanderlei Barbosa (PEN) voltou a atacar o T1 Notícias e o repórter Eduardo Lobo na sessão da manhã desta quarta-feira, 17. Wanderlei reclamou novamente da matéria veiculada pelo T1
após denúncia de que seu filho Yhgor Leonardo Castro Leite, nomeado
para o cargo de coordenador do Projeto Governo e Comunidade DAS-3 na
Secretaria de Relações Institucionais da Prefeitura de Palmas não cumpre
expediente na Prefeitura de Palmas, e até a semana passada podia ser
encontrado no gabinete do pai, onde fazia seus atendimentos a populares.
"A Roberta Tum é uma canalha, uma venal, uma malandra. Escreve de novo
Eduardo Lobo. Escreve de novo Eduardo Lobo. E eu quero que escreva
também que ela me chamou de terrorista. Eu não concordo com a Roberta
Tum, agora eu respeito a imprensa do nosso Estado", afirmou Wanderlei
que ao final de seu discurso apontou: "Roberta Tum eu não tenho medo de
você". O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um procedimento
preparatório nº 15/2013 para averiguar o caso do filho do deputado. A
denúncia foi confirmada pelo deputado estadual que disse na tribuna da
AL que o filho que recebe o salário de R$ 5.740,00 não estava
trabalhando na Prefeitura pelo fato de não ter sala. A Prefeitura também
confirmou que Yhgor não teria sala no Paço.
Por diversas vezes o deputado se alterou durante o seu discurso. "Se
tiver que perder o mandato pela família eu perdo o mandato. O meu filho
nunca foi ouvido. Ele tem 24 anos, se é ele acusado a primeira pessoa
que tem que ser ouvida é ele, não é eu não. Se ele não vai ao trabalho
dele quem tem que responder é ele, não sou. Se a Roberta Tum não faz o
trabalho dela a culpada é ela e não o pai dela", afirmou.
“Eu quero falar que no mesmo dia que deputados se solidarizaram com o
repórter (Eduardo Lobo) eles também me falaram que ele era complicado.
Também me falaram”, disse ele.O deputado disse que na semana que vem
apresentará "denúncias contundentes"de que a jornalista Roberta Tum
pratica "tráfico de influência"na Câmara de Palmas com ""seu blog"(sic).
Josi se solidariza
Usando a tribuna logo a seguir, a deputada Josi Nunes (PMDB) pediu
respeito à imprensa e se solidarizou com o repórter Eduardo Lobo
afirmando que ele já foi seu assessor de imprensa e tem uma atuação
profissional excelente. A parlamentar relembrou que teve matérias no
passado que não a agradaram e que já usou a tribuna para reclamar delas,
mas pediu que houvesse maior maturidade para não haver agressão aos
profissionais da imprensa na AL. "Se o senhor achar adequado deputado,
use a justiça e peça uma ação de reparação por danos,mas vamos manter o
equilíbrio".
Lelis faz desagravo
Afirmando não querer entrar no mérito da questão que Wanderlei afirma
ser pessoal, o deputado Marcelo Lelis (PV) repudiou as palavras de
Wanderlei contra Roberta Tum e Eduardo Lobo. "Houve um desrespeito
total a uma jornalista, uma mulher honrada, lutadora e que ajudou com
seu trabalho jornalistico a construir essa cidade", disse Lelis ao
protestar contra as palavras utilizadas pelo deputado Wanderlei
afirmando não entrar no mérito pessoal que o parlamentar apontava. "A
questão da briga pessoal como disse a deputada Josi Nunes, ele pode
tratar isso na esfera judicial. Mas temos que ter o máximo de respeito",
frisou Lelis acrescentando: “Faço esse contraponto fazendo minha
solidariedade a Roberta Tum e ao jornalista Eduardo Lobo”. Lélis disse
que o deputado que comentou sobre Lobo foi ele mesmo, mas referindo-se à
discordância quanto à abordagem de uma entrevista com Fernando Gabeira.
"Isto eu disse também a ele e não diminiu o respeito que tenho por ele e
seu trabalho", afirmou.
Stalin baixa o nível
O deputado Stalin Bucar (PR) pediu a palavfra logo após o deputado
marcelo lélis para discordar. Segundo ele "quem não se dá o respeito não
pode ser respeitado". Processado pela jornalista por injúria após
atacar sua vida pessoal na tribuna da Casa ano passado, Bucar se
solidarizou com Barbosa. "Essa jornalista é uma pilantra, uma picareta.
Ela colocou em risco a vida de um filho dando a nota que ele era o chefe
de uma quadilha. Ela é tão bandida, mas é bem mesmo que ela deturpa as
coisas. Ela quis se fazer de vítima. Ela é doente, é uma mente doente, é
uma psicopata. Ela não tem como exercer uma profissão tão nobre, tão
honrosa que é a de jornalista", disse Stalin acrescentando: "Ela no meu
caso inventou uma história para ficar de vítima e as notas taquigráficas
foram pro processo e lá os magistrados não viram isso. Eu respeito essa
classe, mas a essa picareta não tenho o menor respeito", disse.
Eli Borges
Eli Borges se solidarizou com os deputados Wanderlei e Stalin e disse
que chegou a hora de debater a imprensa do Tocantins. “Ainda hoje não
consegui provar que nunca fiz parte da base aliada do governo porque a
imprensa simplesmente não deixa. É preciso levar a imprensa à reflexão.
Não tenho nada contra a Roberta Tum, Conexão, Cleber Toledo, Jornal do
Tocantins e Jornal do Salomão, mas quando chego de manhã no meu gabinete
já pergunto toda vez: O que é que estão falando de mim desta vez? Temos
que começar a refletir a forma como somos tratados”, destacou Eli.
Se referindo a matérias publicadas sobre si, o presidente da
Assembleia, deputado Sandoval Cardoso (PSD) frisou que já passou
determinados momentos de dificuldades extremas em relação à mídia. Ele
ressaltou que a imprensa faz um brilhante trabalho de transparência, mas
afirmou que “determinados complicam” o trabalho dos deputados.
Freire pede exclusão
Preocupado com os termos de baixo calão utilizados durante a sessão, o
deputado estadual Freire Júnior (PSDB) também apontou não querer entrar
no mérito do debate de Wanderlei, mas solicitou que o presidente da AL
retirasse dos anais da Casa de Leis as expressões usadas por Stalin e
Wanderlei. Freire pediu também que esse tipo de discussões fosse
restringida e disse que era preciso a presidência da Al agir se os
parlamentares quisessem manter esse nível de discussão.
Freire pediu que as palavras que foram injuriosas fossem retiradas e
afirmou que a imprensa tem mil defeitos assim como os parlamentares.
“Mas o pior de tudo é amordaçá-la”, finalizou Freire.
Solange solidária
A deputada estadual Solange Duailibe foi contrária ao pedido de Freire e
disse que o plurarismo, o contraditório e o debate são essenciais na
Casa de Leis. “Peço diferente que esse debate também faz parte sim. O
deputado Wanderlei fez um grande desabafo. Não quero jogar pedras em
ninguém, mas digo que já passei por esses momentos em que me senti
injustiçada. A imprensa muitas vezes não fala as verdades e sabemos
disso. Eu sou contra qualquer tipo de mordaça, mas quero ser solidária
com você Wanderlei e com a sua família”, afirmou Solange.
Solange disse conhecer a jornalista Roberta Tum e ser admiradora do seu
trabalho. “A imprensa muitas vezes ataca, humilha, julga, persegue,
assim como outros poderes fazem também”, frisou a petista.
Stalin
O deputado Stalin Bucar pediu para que o residente mantivesse nos anais da AL tudo o que ele havia dito contra Roberta Tum.
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