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Marcelo diz estar aberto ao diálogo, acusa de "irresponsáveis" autores da concessão dos benefícios e pede para que apurem "quem está por trás" da greve da PC

Em seu primeiro pronunciamento público sobre a decisão de suspender os benefícios concedidos aos servidores estaduais pelas gestões anteriores, o governador Marcelo Miranda classificou de "irresponsável" os atos, disse estar aberto ao diálogo com as categorias e, ao se referir especificamente sobre a greve da Polícia Civil, insinuou que há pessoas ou interesses "por trás" do movimento. "Os autores dessa irresponsabilidade deveriam pagar”, defendeu, sobre os aumentos e promoções concedidos por Siqueira Campos (PSDB) e Sandoval Cardoso (SD) em 2014.

Marcelo afirmou estar "tranquilo" ao ser questionado sobre a repercussão da medida de seu governo, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 11, que anula os efeitos financeiros dos decretos que concederam vantagens, criaram cargos, modificaram estrutura de carreiras ou aumentaram remunerações "sem previsão orçamentária e disponibilidade financeira".O governador disse ser "parceiro dos servidores" e que quer resolver o problema. "O servidor não é culpado. Culpado é quem fez e não mandou nem orçamento para a Assembleia. Não se programou para que essas vantagens fossem dadas. Sou de diálogo, vamos chegar a um denomidador comum. Agora, não vou fazer nada com irresponsabilidade", avisou.

As declarações do governador foram dadas ao CT no sábado, 28, em Araguaína (norte do Estado), durante inauguração do frigorífico da JBS Friboi. Seus argumentos se referem a todos os benefícios suspensos por seu governo como, por exemplo, promoções de militares no final do ano passado e acordos com o funcionalismo da saúde e segurança pública.

Polícia Civil
Entretanto, o CT questionou especificamente o governador sobre a motivação da greve da Polícia Civil, que é a suspensão dos efeitos financeiros da lei 2.851/2014, que equipara as carreiras dos policiais civis de nível médio aos de nível superior. A paridade, como é chamada, foi criada por Marcelo em 2007 e concedida por Siqueira Campos em 2014, às vésperas de renunciar ao cargo.

Com base no conteúdo de um vídeo divulgado pelo sindicato da Polícia Civil no qual Marcelo, em plena campanha no ano passado falava que não seria "irresponsável" de acabar com as conquistas da categoria, o CT perguntou o motivo que o levou a tomar a decisão diferente do que havia prometido. Marcelo foi sucinto: "Não tirei vantagem de ninguém, não tirei vantagem de ninguém..."

O motivo da suspensão, segundo ele, foi a falta de definição, por parte da gestão passada, do orçamento para que o benefício fosse pago. "É questão financeira, orçamentaria, legal.. Não tirei nada", complementou o governador.

Sobre a greve da Polícia Civil, o governador disse considerar um direito da categoria, mas, em tom de desabafo, insinuou que há pessoas se aproveitando do protesto. "O que eles [servidores da Polícia Civil] estão fazendo é um direito deles. Agora, procure saber quem está por trás", finalizou a entrevista ao CT.
 

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