O ex-deputado estadual Sargento Aragão, que chegou a ser promovido a
tenente-coronel pelo critério da excepcionalidade, pelo ex-governador
Sandoval Cardoso (SD), criticou as medidas anunciadas nesta
quarta-feira, 11, pelo governador Marcelo Miranda (PMDB), que anulam
benefícios concedidos pela gestão anterior. Ele afirmou que entre os
cortes estão os 8% da Polícia Militar aprovados ainda em 2013. “São
medidas ditatoriais, postura de ditador”, atacou Aragão.
Segundo ele, além disso, os atos publicados no Diário Oficial do Estado
“confirmam” que Marcelo “criminalizou” a PM e os Bombeiros. “Os atos das
outras categorias suspendem a execução dos efeitos financeiros das
medidas, só foram anulados os atos da PM e dos Bombeiros. Isso é
criminalizar essas corporações”, avaliou o ex-parlamentar.
Aragão questionou também o fato de Marcelo ter usado decretos para
anular leis. “Ele foi orientado por quem a fazer isso? Quero que me
explique como um decreto anula uma lei? Isso é impossível! Totalmente
ilegal e vai gerar ações na Justiça”, avisou o ex-deputado.Conforme Aragão, para anular essas leis, o governador teria que enviar
Medidas Provisórias para a Assembleia votar ou ir ao Supremo Tribunal
Federal (STF) questionar a constitucionalidade delas.
Marcha pela democratização
O ex-deputado também questionou o fato de as medidas não terem atingido
Ministério Público, Tribunal de Contas (TCE), Defensoria Pública e
Tribunal de Justiça. “Será que é porque ele [Marcelo] tem problemas com a
Justiça?”, perguntou Aragão.
Ele lembrou que todos esses órgãos aprovaram nos últimos meses
benefícios para seus servidores. “E será que o MPE vai ingressar com uma
ação questionando a anulação de leis com decretos, ou vai ficar
quietinho já que não foi atingido?”, questionou Aragão. “Contra nós [PM]
o MPE entrou com uma ação. E agora, vai entrar também contra o Estado?”
O ex-parlamentar disse que está convocando militares e servidores em
geral para uma “marcha pela democratização”. “Se o governo retirou
nossos direitos, têm que tirar também de Ministério Público, Tribunal de
Contas, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça”, defendeu.
Sobre suas promoções - recebeu seis, de uma vez, saltando de sargento
para tenente-coronel, com o ato de Sandoval no final do ano -, Aragão
disse que Marcelo Miranda assistiu como presidente da Assembleia, em
2002, a 11 dias de sua posse no governo do Tocantins, o então governador
Siqueira Campos (PSDB) dar cinco promoções, também de uma só vez, para o
então deputado Palmeri Bezerra. “E naquela época não falou nada, tomou
posse e não anulou nada. Minhas promoções foram por reconhecimento e
totalmente legais”, garantiu o ex-deputado.
Fonte: Cleber Toledo
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