Contudo, o governador ressaltou que não tem "dificuldades de falar em política". "Se o trabalho que estou desenvolvendo resultar numa candidatura à reeleição, estou preparado. Missão que Deus nos dá, não negamos: arregaçamos as mangas e vamos em frente", avisou Sandoval.
NÃO SABE O QUE FALA
O governador admitiu que o Estado passa por dificuldades financeiras, mas garantiu que não é verdade quando a oposição diz que a administração tem feito "improvisos" para pagar a folha e manter o custeio. "Não é verdade. A oposição não sabe o que o fala. A situação do Estado é difícil, mas não existe essa história de improviso, de tirar de dinheiro de um lugar e transferir para outro para pagar a folha", assegurou Sandoval.
Segundo ele, o Estado enfrenta dívidas herdadas de outras gestões e frutrações de receitas, como as que ocorrem com o Fundo de Participação dos Estados (FPE). "Todo mês o Tesouro Nacional nos passa uma estimativa e ela é frustrada", lamentou o governador.
Sandoval ressaltou, contudo, que os investimentos do Estado não pararam. Ao contrário. "Temos obras espalhadas por todo o Tocantins. A oposição tinha que observar isso para não falar errado", afirmou.
R$ 400 MILHÕES CONTRA R$ 50 MILHÕES
Ele exemplificou com o fato de que nos oito anos do governo do PMDB foram investidos R$ 50 milhões em saúde e só nos últimos 3,5 anos esse valor já chegou a R$ 400 milhões. "Ainda não recuperaram nada de asfalto, e nós estamos recuperando 100%, o que seria uma obrigação dos municípios, mas estamos puxando essa responsabilidade para o Estado", contou o governador.
Sandoval ainda afirmou que há a construção de escolas de tempo integral, construção e também ampliação de hospitais, e interligação de cidades com asfalto.
Então, assegurou o governador, o problema não está na falta de investimento, mas no custeio. "Porque investimentos nós temos em todo o Tocantins", ressaltou.
DEPENDÊNCIA DAS PREFEITURAS
No custeio, o governador lembrou que parte do problema se deve à dependência que boa parte dos municípios tem da presença do Estado para sobreviver. "E não podemos deixar as prefeituras à mercê da própria sorte, seria o caos, temos responsabilidade e compromisso com o Estado", disse Sandoval.
Ele exemplificou com a diposição de servidores do Estado aos municípios. "Em todos eles há servidores disponibilizados. Poderiamos tirar e fazer uma economia de R$ 150 milhões ao ano. Mas como ficariam os municípios? E os serviços públicos nessas cidades? Não dá para simplesmente pensar só no custeio, temos que pensar na população que depende desses serviços", defendeu o governador.
MAIORIA RECONTRATADA
De toda forma, Sandoval disse que o governo tem enxugado onde é possível. Mas, também pela necessidade dos serviços públicos, ele contou que a grande maioria dos servidores comissionados exonerados no ínício do mês está sendo recontratada. "Não temos como estabelecer meta de corte para a Secretaria de Saúde e Secretaria da Educação. Como cortar pessoal na saúde e na educação e manter os serviços funcionando adequadamente?", questionou.
Mas os cortes estão ocorrendo. O governador disse que está despachando todo dia com secretários e definindo a situação de cada pasta. "Tem secretaria com enxugamento de 1%, outra de 10% e outras ainda de 20% ou 30%. Mas estamos enxugando onde é possível", assegurou.
SERVIDOR MOTIVADO
Paralelamente a esse trabalho de redução de comissionados, Sandoval disse que tem se preocupado em manter a autoestima dos servidores elevada. Foi com este objetivo que o governo concedeu nessa segunda-feira, 26, reajuste de 10,808% a todos os servidores públicos efetivos, incluindo militares, aposentados e pensionistas. No total, são beneficiados com o reajuste, que já estará incluído nos salários na folha de maio (a ser paga em 1º de junho), 41.746 pessoas, das quais 38.438 estão na ativa. "Precisamos dos servidores motivados, porque essa motivação é essencial para garantir um atendimento da mais alta qualidade ao 'cliente', o cidadão", explicou o governador.
HOMEM DE VIDA RETA
Sandoval explicou que a saída da secretária Vanda Paiva da saúde se deve a uma questão pessoal - o pai dela está doente - e também pela proximidade do período eleitoral - ela é sempre a responsável pela contabilidade das campanhas do grupo.
O governador confirmou que o odontólogo Luiz Antônio da Silva Ferreira, o novo secretário de Saúde, é de seu convívio há muitos anos. "É um homem íntegro, de vida reta e bem-sucedido", definiu Sandoval.
Luiz Antônio foi subsecretário das Cidades no período em que o hoje governador era titular da pasta. "O Dr. Luiz Antônio chegou a assumir a pasta em períodos de minha ausência", contou.
Foi o odontólogo o responsável também pela implantação da TV Assembleia no período em que Sandoval presidiu o Legislativo. Agora é ele que vai ter que encarar as cobranças dos fornecedores.
GOVERNO FEDERAL DEVE R$ 40 MILHÕES
Segundo o governador, o problema da dívida da Sesau se deve ao fato de o governo federal não ter feito a transferência de R$ 60 milhões ao Estado como havia se comprometido com o Tocantins - seriam R$ 20 milhões por mês em março, abril e maio. Porém, transferiu os R$ 20 milhões de março e depois não repassou nenhum centavo. Sandoval disse que a bancada tocantinense em Brasília já está empenhada em conseguir a liberação dos recursos. "Estamos na expectativa da liberação de uma parcela este mês", afirmou.
De toda forma, o governador ressaltou que as dívidas da Sesau não são de agora, mas contraídas ao longo dos últimos três anos. "Dependemos da entrada desses recursos federais para ir liquidando essa situação", explicou Sandoval.
O governador disse que Luiz Antônio chega à Sesau com o compromisso de melhorar o atendimento à população. "Mesmo diante desse cenário, acredito num bom trabalho do Dr. Luiz", avaliou.
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