A candidatura do deputado estadual José Augusto Pugliesi a governador
pela eleição indireta da Assembleia no domingo, 4, deve ser homologada
na convenção do PMDB desta terça-feira, 29. Os pré-candidatos professor
Luciano Coelho e o empresário Dito do Posto renunciaram a intenção de
disputar a vaga. O terceiro vice-presidente do partido e ex-deputado
federal Udson Bandeira ficou com a vaga de vice-governador. Como o Blog CT tinha antecipado, nenhum membro dos "Autênticos" compareceu à convenção, que foi presidida por Udson.
A solenidade de abertura começou por volta das 10 horas. O professor
Luciano Coelho foi o primeiro a fazer o pronunciamento, e nele confirmou
que lhe ofereceram a vaga de vice-governador, a qual recusou, e
registrou que seu ato de renúncia da candidatura foi embasado no
posicionamento da deputada Josi Nunes, que revelou que vai se abster de
votar. "Me ofereceram a vaga de ser vice-governador. Recusei. Por isso,
renuncio também à minha pré-candidatura, acompanhando a decisão da minha
líder Josi Nunes".
O professor também mandou recado para a senadora Kátia Abreu, do grupo
denominado "Autênticos": "Eu também sou 'Autêntico', senadora Kátia
Abreu, e mereço seu respeito". A crítica se deve ao fato de Kátia ter
lançado no início do mês a pré-candidatura do ex-governador Marcelo
Miranda e agora não apoiar nenhum nome, nem um dele que é do mesmo grupo
da senadora.
A ex-vereadora de Palmas Cirlene Pugliesi discursou em seguida e
celebrou o perfil dos membros do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro. “O PMDB é um partido genuinamente popular, por isso,
convocou vocês”, afirmou. Cirlene não perdeu a oportunidade de exaltar o
perfil do marido e único pré-candidato do PMDB ao governo na indireta,
José Augusto Pugliesi. “Tudo que ele faz é para melhorar os municípios,
discutindo as situações de todas as classes sociais”.
Apelo para que Coimbra volte
O prefeito de Barra do Ouro, Gilmar Rodrigues, pediu a palavra para
comentar o uso da palavra ‘autêntico’ pelo professor Luciano Coelho, o
qual apontou não ter gostado. “Eu acho que autêntico é todo mundo do
PMDB. Nós todos somos autênticos peemedebistas”, defendeu.
Gilmar Rodrigues também fez um apelo ao presidente licenciado do PMDB,
deputado federal Júnior Coimbra, para que volte ao comando da sigla. “Eu
vou lhe pedir: volte para a presidência. Eu votei em você para
presidente do partido. Largue a licença, volte e tome as rédeas do
partido”, pediu.
O empresário Dito do Posto, que havia garantido ao CT que
desistiu de disputar a candidatura horas antes do evento, fez um
pronunciamento para oficializar a renúncia e declarar apoio ao deputado
Pugliesi. “Renuncio essa pré-candidatura e declaro total apoio à
candidatura do deputado José Augusto Pugliesi. Um homem de fibra e
coragem”.
O ex-governador peemedebista Carlos Gaguim fez uma comparação da eleição
indireta deste ano com a da qual saiu governador. “Há quatro anos
passamos por uma eleição basicamente igual a essa, mas não uma eleição
que foi premeditada, que foi orquestrada”, afirmou. Gaguim defendeu
também que a candidatura do Dito do Posto tinha o objetivo de “ajudar” e
“somar” ao processo interno do partido.
"Ditadura"
Ele lembrou que sua intenção de ser candidato a senador nas eleições de
outubro "continua firme". “Eu quero ser senador, eu quero estar mais
próximo, eu quero contribuir”, garantiu. O ex-governador também comentou
a divisão do partido: “Não é autêntico e nem partido de Junior Coimbra,
tem o PMDB”, para em seguida desferir: “O PMDB tem em sua essência a
democracia, e eu nunca vou aceitar a ditadura nesse partido”.
O deputado federal Júnior Coimbra também se pronunciou. O parlamentar
defendeu aos membros presentes na reunião que sua postura em frente ao
PMDB sempre foi buscar o entendimento e o consenso, lembrando do acordo
realizado com a executiva nacional onde entregou o cargo de presidente
do partido. “Estou licenciado. Eu acho que não pode existir maior
demonstração de que não tem apego a cargos. Tudo isso em nome da
unidade”, garantiu.
Kátia "manda" no PSD
Júnior Coimbra defendeu que buscará o entendimento com os “Autênticos”.
“Eu reitero meu compromisso com os companheiros que aqui estão que não
vou parar um dia de tentar o diálogo, de tentar unificar o partido”,
porém, sobre o boato de que estaria com o governo do Estado, rebateu,
criticando a senadora Kátia Abreu, quem, segundo o deputado, “manda” no
PSD. “Ela acabou de liberar o PSD, que é o partido do filho, liberar
deputado para votar com o governo”, afirmou.
Coimbra reforçou sua vontade de ser candidato oposicionista ao governo
nas eleições de outubro. “O meu objetivo é ser o governador do
Tocantins, e eu não vou abrir mão disso. Na linha de oposição desse
governo corrupto. O PMDB está aqui como solução. Eu não estive no
palanque de lá não”, disse.
Antes de passar a palavra para José Augusto Pugliesi, Coimbra ainda
apontou Udson Bandeira como candidato a vice-governador na indireta e
afirmou que está acordado que, caso a sigla consiga compor com outra
legenda, ele abriria mão da vaga de vice.
"Ação ardilosa"
Em seu pronunciamento, o deputado estadual José Augusto Pugliesi
criticou a regulamentação do processo indireto por parte da Assembleia
Legislativa, que inicialmente definiu a data para o registro de
candidatura dias antes da convenção já marcada previamente pelo PMDB e
classificou a ação como “ardilosa”. “O PMDB de forma antecipada, já
havia convocado a convenção para o dia 29. A cumprir o regulamento o
PMDB não poderia apresentar o candidato às eleições indiretas.
Apresentamos a emenda, mudamos e autorizamos para que o registro pudesse
ser feito”, lembrou.
Pugliesi apontou incoerência na decisão da deputada Josi Nunes de anular
o voto em razão de não concordar com a eleição indireta. “O argumento
caí por terra. Ela não pode ser contra a eleição indireta, porque ela
votou na indireta que elegeu Gaguim”, defendeu.
Tome posse no Senado
O deputado estadual demonstrou ser contra a candidatura de nomes com
menos de um ano de filiação partidária, como no caso do governador em
exercício Sandoval Cardoso (SD), e indicou que o objetivo é ser segundo
lugar no processo indireto. “Nossa intenção é conquistar o segundo
lugar, e nós vamos ganhar do Supremo Tribunal Federal. Vou lutar até as
últimas conseqüências para que o PMDB ganhe judicialmente essa eleição”,
calculou Pugliesi, lembrando que, caso eleito, não concorreria à
reeleição, e demonstrou apoio a Júnior Coimbra, alfinetando o
ex-governador Marcelo Miranda devido à sua suposta inegibilidade:
“Marcelo Miranda tome posse do Senado e venha para o debate”.
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