Pages

Ex-aliado fiel, João Oliveira era peça fundamental no tabuleiro que Kátia preparou em 2009

O mais fiel alidado da senadora Kátia Abreu (PMDB), ao lado dela, o ex-vice-governador João Oliveira (DEM) foi prefeito de Presidente Kennedy, deputado estadual, deputado federal e vice-governador. De tão fiel à parlamentar, Oliveira chegou a ser apelidado pelos adversários de "mordomo". Contudo, a relação rompeu com ares de truculência quando ele não quis acompanhá-la no rompimento com o governador Siqueira Campos (PSDB), em setembro do ano passado.

E o rompimento não poderia ser de outra forma: um grande escândalo no prédio do ex-vice-governador provocado por um briga com empurrões e xingamentos, que chegaram a acordar e preocupar os vizinhos.

A irritação de Kátia com o fato de João Oliveira não acompanhá-la tem explicação: ele era a peça fundamental da grande articulação política iniciada por ela em 2009, como o blog ressaltou nessa quinta-feira, 3, com vistas a 2014. Inicialmente anunciado naquela época como candidato a senador, Oliveira foi vice depois de a senadora colocar o então pré-candidato a governador Siqueira Campos na parede. Com um homem de sua extrema confiança na vice-governadoria, ela imobilizaria o próprio Siqueira, preocupada com uma possível candidatura dele a senador [um dos adversários dos mais difíceis para esta vaga] e ainda inviabilizaria qualquer pretensão do ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos (PTB) de disputar o governo do Estado.

Dessa forma, com a renúncia feita nessa quinta, João Oliveira derrubou todo o "castelo de cartas marcadas" preparado por Kátia há cinco anos para as eleições de 2014. O ex-vice-governador foi conquistado pelo tratamento que recebeu de Siqueira e Eduardo desde a posse em 2011. "Em termos de respeito, teve o tratamento do Palácio que nunca recebeu ao lado da senadora", garantiu uma fonte que convive diariamente com toda a alta cúpula palaciana.

E AGORA, JOSÉ?

A renúncia de João Oliveira, que grande parte do meio político duvidava que ocorreria [pelo menos até o TCE perder dois conselheiros do dia para a noite], é um sinal mais do que claro de que o governador Siqueira Campos também deve entregar o cargo logo mais às 15 horas, numa reunião histórica com prefeitos, que será realizada em seu gabinete, no Palácio. Com isso, abrem-se mais um monte de dúvidas que serão esclarecidas dia-a-dia a partir de agora.

Uma coisa é certa: com a aposentadoria do conselheiro Herbert Carvalho em março, numa vaga cujo preenchimento é de livre escolha do governador, João Oliveira poderá ser indicado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Há quem diga que ele poderá disputar eleição proporcional (para estadual ou federal), outras dizem que seria primeiro suplente de senador numa possível candidatura de Siqueira.

Se confirmada a renúncia de Siqueira, o caminho estará livre para uma candidatura a governador do ex-secretário Eduardo. Mas ainda haverá uma estrada longa e delicada a percorrer. Logo após a renúncia do governador, o presidente da Assembleia, Sandoval Cardoso (SD), assumirá o comando do Estado. Deverá convocar eleições indiretas em 30 dias. Aí começam as duvidas. Duas mais imediatas:

1) Eduardo Siqueira também disputaria o governo na eleição indireta, com apoio dos deputados da base?

2) Sandoval seria o candidato na eleição indireta e, no governo em definitivo, apoiará a eleição de Eduardo?

Nessa quinta-feira, o deputado oposicionista José Augusto Pugliesi (PMDB) já adiantou ao blog que, havendo eleição indereta, será candidato. Isto é, haverá forte resistência.  


Nenhum comentário:

Postar um comentário