De acordo com a ação proposta pelo Ministério Público, assinada pelo promotor Miguel Batista de Siqueira Filho, o ex-governador, em conjunto com pregoeiros e secretários de Estado, teria fraudado processo licitatório para a aquisição de óculos e de serviços oftalmológicos para o programa de assistência daquela gestão.
Passado esta primeira etapa, o processo licitatório para o programa governamental foi aberto e, conforme a ação, sem a constatação da garantia financeira, o que possibilitava a participação da Neiva & Martins. “Posteriormente, objetivando “legalizar” a contratação da empresa Neiva & Martins Ltda., Roberto Marinho, presidente da comissão de licitação, alinhado com os interesses eleitorais do governador Marcelo Miranda, publica os editais dos pregões presenciais, 251/2005 e 001/2006, no valor total de R$ 13.374.600,00”.
RCED
Cabe ressaltar que o mesmo processo para a aquisição de bens e serviços para o “Governo mais perto de você”, já tinha sido alvo de investigação judicial, o que acabou culminando na cassação do mandato de governador de Marcelo Miranda, em 2009 e em sua inelegibilidade. Assim, mesmo sua eleição para o Senado, em 2010, foi impugnada pela Justiça Eleitoral.
Perseguição Política
Em sua defesa, o ex-governador frisou que vem sofrendo perseguição política por parte da atual gestão estadual. De acordo com Marcelo Miranda, a ação causa estranheza principalmente por conta da aprovação do balancete estadual, referente àquele período apontado na ação do MPE. “O TCE aprovou as contas e a Assembleia aprovou as contas. Isso é perseguição política porque eu estou incomodando a atual gestão”, disse.
Além disso, o ex-governador destacou o entrave das contas consolidadas referentes ao ano de 2009, que estão na Assembleia Legislativa, desde 2011. “Por que a Assembleia Legislativa ainda não analisou as contas de 2009? Desde de dezembro de 2011 o processo está nas mãos do relator”, disse.
Miranda ainda questionou a aprovação, também pelo Legislativo, das contas referentes a 2011, já na gestão do atual governador, Siqueira Campos (PSDB). “As contas de 2011 já foram aprovadas no TCE, mesmo com 31 ressalvas do Tribunal de Contas e querem rejeitar as nossas? Por que não fizeram isso enquanto eu era governador? Estão usando dois pesos e duas medidas”, frisou.
Lembrando do seu período à frente do governo estadual, Miranda lamentou a postura do parlamento, que travou a apreciação das contas referentes a 2009, compartilhadas entre ele e Carlos Gaguim (PMDB). “A maioria dos deputados me acompanhava em minhas obras, estavam juntos comigo”, lembrou.
Processo
De acordo com a promotoria, os apontados pelo processo tem um prazo de 15 dias para apresentar sua defesa junto ao Ministério Público Estadual.
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