Líder do PSC nega substituição e diz que PT preteriu colegiado de minorias.
Diante da crescente onda de protestos no país contra a eleição do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o líder do PT, José Guimarães (CE), revelou nesta terça-feira (12) que fez um apelo à liderança do PSC na Casa para que o partido substitua o parlamentar paulista.
Feliciano se tornou alvo de militantes de direitos humanos por conta de declarações polêmicas que postou no passado em redes sociais sobre o continente africano e homossexuais.
Segundo Guimarães, o PT tem atuado nos bastidores para articular uma troca no comando do colegiado historicamente ligado às minorias.
Além da conversa com o líder do PSC, André Moura (SE), o petista afirmou ter tratado sobre o tema com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
“Nada contra o PSC. O que estamos ponderando é que a escolha trouxe esses problemas. Há um clima pesado e caberá ao PSC discutir”, disse Guimarães ao final da reunião de líderes da base governista.
O líder do PT contou que, no momento em que ficou definido que a comissão seria dirigida pelo PSC, ele ponderou a Henrique Alves que o novo presidente do colegiado deveria ter “vínculos” com a defesa dos direitos humanos.
Mesmo pressionado por movimentos sociais, o PSC decidiu, na última semana, chancelar a indicação de Feliciano, parlamentar com histórico de polêmicas contra relações homoafetivas e negros.
Informado por repórteres sobre as declarações de Guimarães, o líder do PSC enfatizou que o PT teria preterido a Comissão de Direitos Humanos na ocasião em que houve a partilha dos colegiados.
“O PT deveria ter refletido antes, quando teve a oportunidade, pela ordem de proporcionalidade, de escolher a comissão de direitos humanos, que já é presidida pelo partido há muitos anos.
No momento da escolha, o PT não se preocupou com isso. Não é agora que o PT vai dar palpite na decisão que cabe somente ao PSC, já que a comissão ficou para o partido”, disparou Moura.
Maior partido da Câmara, com 88 deputados, o Partido dos Trabalhadores teve direito a indicar o presidente de três das 21 comissões da Casa.
No entanto, apesar de ter comandado o colegiado de direitos humanos em 2012, os petistas priorizaram neste ano outras estruturas legislativas: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e a Comissão de Seguridade Social e Família.
Guimarães rebate a acusação de que seu partido menosprezou a área de direitos humanos. Conforme o deputado do Ceará, as três comissões escolhidas pelo partido haviam sido priorizadas pela maioria dos parlamentares petistas.
“O PT fez escolhas políticas. Quando o PT discutiu essa matéria, tínhamos a certeza de que ficaríamos com quatro comissões.
Depois, veio o recuo do presidente da Câmara, Henrique Alves, e ficamos com apenas três comissões. O PT não abdicou da indicação [da Comissão de Direitos Humanos], e sim respeitou a proporcionalidade”, alegou Guimarães.
Na tarde desta terça, a bancada do PSC na Câmara irá se reunir para avaliar a repercussão da escolha de Feliciano para a comissão voltada para as minorias. O líder da legenda, contudo, nega que o PSC avalie a eventual substituição do pastor de São Paulo.
“Temos de fazer uma avaliação, tanto das manifestações contrárias quanto das favoráveis à permanência do pastor Marco Feliciano. Estamos acompanhando todas elas”, ressaltou.
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