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Membro da executiva, Célio Moura diz que PT fez encontro "para dizer que não tem candidato": "Partido já está negociado com o PMDB"

Membro da executiva estadual pela tendência Movimento PT, o advogado Célio Moura afirmou que o partido fez um encontro "para dizer que não tem candidato". "O PT já está negociado com o PMDB por debaixo dos panos", disparou Célio. Ele criticou a exclusão do ex-prefeito de Palmas Raul Filho da chapa majoritária. "Poderíamos ter lançado uma chapa competitiva com Paulo Mourão para governador e Raul Filho para o Senado, mas o PT preferiu deixar claro que não vai ter candidato, ou, no máximo, terá um suplente da senadora Kátia Abreu [PMDB], que deve será o próprio Paulo Mourão", afirmou o advogado.

Ele disse que a escolha do assessor parlamentar Milne Freitas como candidato a senador "foi para humilhar o companheiro Raul Filho". "Com todo o respeito que o Freitas merece, mas ele não tem voto nem para se eleger presidente de Associação de Moradores do Barra do Corda, que é a terra dele", criticou Célio.

COM AS PRÓPRIAS PERNAS

O advogado revelou que o próprio Mourão teria dito numa reunião da executiva que era "pré-pré-candidato". "Ele disse que só seria candidato se tivesse total apoio da executiva nacional, que já avisou que se o PT do Tocantins quiser ter candidato terá que ser pelas suas próprias pernas", contou.

Célio disse que "o PT do Tocantins está em coma e vai morrer no dia 5 de outubro", data da eleição deste ano. "E tudo culpa da direção do partido".
SEM MILITÂNCIA

O advogado criticou também o Encontro Estadual de sábado, 31. "Foi um encontro sem militância, com os delegados escolhidos a dedo, com muita conversa por debaixo dos panos, nos cantos, alijando nossa militância. Aquilo não foi PT, não teve nada a ver com o PT", avaliou.

Célio Moura defendeu que a crise do PT do Tocantins começou a se aprofundar depois de 1998, quando o partido lançou pela última vez um candidato a governador, que foi o próprio advogado. "Fui candidato a governador em 1990, a senador em 2006 e a prefeito de Araguaína em 2008, quando não ganhei porque a direção regional trabalhou contra a minha candidatura. Hoje fala-se que não tem como ganhar, mas ganhar é outra coisa. Temos é que ter candidato para fortalecer o partido. E não teremos porque já foi negociado por baixo dos panos", atacou.

PT, BASE DE SIQUEIRA NA AL

Ele disse que a própria relação das bancadas do PT na Assembleia com os governos, a partir de 1998, "foi estranha, dúbia". Para o advogado, o pior momento do partido foi na sua aproximação com o governo Siqueira Campos (PSDB) em 2011. "Poderíamos ter elegido a companheira Solange Duailibe na presidência da Assembleia, e não o fizemos porque os problemas pessoais se sobrepuseram aos interesses do PT, quando a direção do partido decidiu apoiar o candidato do Siqueira", defendeu o advogado.

Célio afirmou que não é verdade quando o PT diz hoje que nunca fez parte da base de Siqueira em seu último mandato. "O PT fez parte sim! Foi base do Siqueira, se calou e votou todos os projetos que ele enviou. Uma vergonha, um escárnio, uma coisa horrorosa! Até hoje nunca vi uma manifestação robusta contra o Palácio Araguaia", criticou o petista.

GOVERNO ESCOLHE O ADVERSÁRIO

Para ele, o governo do Tocantins está dizimando a oposição e o PT vai junto por não enxergar que pode ter uma chapa majoritária própria e competitiva, com Paulo Mourão ao governo e Raul para o Senado. O advogado avaliou que a Assembleia trabalha para rejeitar a contas de Marcelo Miranda e "dar um jeito de colocar que foi com dolo" para tornar o ex-governador inelegível. "Vai tornar o [deputado estadual] Marcelo Lelis [PV] inelegível também, e sabemos que as candidaturas do senador Ataídes Oliveira [Pros] e do professor Élvio Quirino [Psol] não têm futuro. O governo está escolhendo quem quer de adversário. Mas vai descobrir que sua maior oposição será o povo", afirmou.

Célio disse que é "um absurdo" alijar uma personalidade política como Raul Filho do processo. "O Raul tem mil vezes mais visibilidade em todo o Estado do que qualquer outro petista, até mesmo do que Paulo Mourão", comparou.

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