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HGP terá Banco de Olhos; oftalmologista responsável avalia: “Não há cultura de doação no Estado”

Tocantins ainda não realizava nenhum tipo de transplante de tecidos ou órgãos

O Hospital Geral de Palmas (HGP) vai receber o Banco de Olhos do Tocantins (Boto) e a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). Ambas as estruturas estão em fase final de implantação. A oftalmologista Núbia Freitas, responsável pelo Boto, defendeu a promoção dos serviços para conscientizar os tocantinenses. “Não há cultura de doação no Estado”.

Para a criação do Boto e CNCDO, foi necessário solicitar credenciamento e atender os requisitos do Sistema Nacional de Transplante. Estas duas primeiras etapas já foram concluídas e o HGP já conta com toda a estrutura física e humana para captação e realização de transplantes de córnea, faltando apenas a visita técnica do Sistema Nacional.

Como o Estado ainda não realizava nenhum tipo de transplante de tecidos ou órgãos, os pacientes tinham que se inscrever na lista de outras unidades da Federação. Com a implantação do Boto e da CNCDO, os procedimentos passarão a ser realizados no Tocantins.

O atendimento será coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, de acordo com Núbia Freitas, a tendência é que após a implantação no HGP outros hospitais públicos do Estado e até particulares solicitem autorização junto ao sistema nacional para realização de transplantes de córnea. “Eles podem pedir autorização para captação, para transplante ou para realizar os dois procedimentos”, destacou.

Núbia explicou que como não se fazia transplantes no Estado, após a implantação do banco de olhos, será necessário fazer um trabalho de conscientização da população. “Não há cultura de doação no Estado. Tendo o Banco de Olhos, vamos começar a sensibilizar a população, pois o transplante é um ato de amor. Lembrar que há o Boto e ajudar uma pessoa que você não conhece num momento de dor é, com certeza, um ato de amor”, disse.

Transplantes
As córneas podem ser retiradas, com autorização expressa dos familiares, até seis horas após o falecimento do doador. As córneas doadas passam por avaliação para certificação de que podem ser transplantadas, através de exames de sorologia para certificar que o doador não possui doenças transmissíveis, como HIV e Hepatite, e verificação da qualidade do tecido ótico. Sendo aptas para serem transplantadas, a central faz a convocação do paciente da lista de espera do Estado e realiza o transplante. Após a retirada do tecido, a córnea deve ser transplantada no prazo de 14 dias.

Serviços
A Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos cadastra e notifica os pacientes na lista de espera por transplante e é ela que distribui as córneas. Já o Boto é responsável por retirar, processar, avaliar e armazenar o tecido.


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