O deputado federal Júnior Coimbra reassumiu a presidência do PMDB na manhã desta quarta-feira, 11. O Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-TO) até já foi comunicado. Ele estava afastado do cargo desde o dia 20 de fevereiro, quando passou o comando da legenda para o ex-senador Leomar Quintanilha, num acordo com os "Autênticos", grupo do ex-governador Marcelo Miranda, mediado pela executiva nacional da sigla. "Não vou perseguir ninguém. Estou voltando para organizar a convenção e definir as coligações", afirmou Coimbra.
Ele disse que há alguns dias comunicou ao vice-presidente da República Michel Temer que voltaria ao comando do PMDB do Estado. "O Temer pediu para eu aguardar a convenção, que ocorreu ontem [terça-feira, 10]", revelou.
Os "Autênticos" defenderam, na época do acordo, que Coimbra permenecesse afastado do cargo até as eleições de outubro. Contudo, o deputado disse na ocasião que isso seria intervenção e não licença.
O acordo com a executiva nacional demorou meses por causa da queda-de-braços do grupo de Júnior Coimbra e Marcelo. Na reunião da executiva nacional que discutiu a licença do deputado na presidência do PMDB, em fevereiro, o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), defendeu "o monitoramento constante da situação política local [do Tocantins], sem se definir qualquer prazo, mínimo ou máximo, para licença". Para ele, estabelecer esse prazo "seria ilegal e contribuiria para o aprofudamento das divergências".
Para chegar a um acordo, o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), propôs que "qualquer ato tomado pelo presidente em exercício que seja considerado prejudicial a um dos grupos será submetido à apreciação da Comissão Executiva Nacional". A proposta foi aprovada por unanimidade.
PUBLICAMENTE TRANQUILO
O período de cerca de 100 dias de presidência de Leomar foi marcado pela tranquilidade diante do público, mas de muitas ações de bastidores que desagradaram os "coimbristas". Principalmente no que diz respeito à renovação de comissões provisórias do PMDB nos municípios. Os aliados do deputado acusam os "Autênticos" de estarem mudando as comissões para tentar conseguir maioria dos delegados à convenção estadual.
Outro embate entre eles ocorreu na ocasião da eleição indireta para governador na Assembleia, em abril. Os "Autênticos" não queriam candidatura do PMDB e o presidente em exercício Leomar Quintanilha não quis convocar assembleia para decidir. Os "coimbristas" conseguiram fazer a convocação contra a vontade dos "Autênticos".
Depois, os "marcelistas" chegaram a ligar para o interior na tentativa de impedir a vinda dos delegados. Foram derrotados novamente pelo grupo de Coimbra e a convenção foi realizada, e o deputado José Augusto Pugliesi foi indicado como candidato do partido à eleição indireta.
ARMISTÍCIO
Depois desses embates, Marcelo e Coimbra conversaram no início de maio e se entenderam. O deputado se colocou como segunda opção e seu grupo decidiu apoiar a pré-candidatura do ex-governador com duas condições: o vice tinha que ser Coimbra e, se houvesse impedimento a Marcelo, o candidato seria o parlamentar. Contudo, os "coimbristas" se recusam a apoiar de qualquer forma a pré-candidatura à reeleição da senadora Kátia Abreu.
Marcelo e Coimbra chegaram a participar de eventos juntos, mostrando que o partido estava pacificado.
Semana passada, contudo, o grupo de Coimbra se mostrou irritado com uma suposta reunião em Brasília para se discutir a possibilidade de se lançar a ex-primeira-dama como candidata a governadora. Os "coimbristas" entenderam como golpe, já que o acordo é para que, no caso de impedimento de Marcelo, a opção seja o deputado. Marcelo negou ao blog a reunião sobre Dulce e garantiu que sua esposa é pré-candidata a deputada federal e que ele vai disputar o governo do Tocantins.
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