A visita de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, à 14ª Feira de
Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins) foi impecável, mas de
bastidores tensos. Intensamente assediado pelos fãs e pelos políticos, o
maior jogador de futebol de todos os tempos esbanjou simpatia e
patriotismo. Contudo, mais uma vez, o que seria uma grande festa ficou
chamuscada por outro bate-boca envolvendo a senadora Kátia Abreu (PMDB).
Depois de muito empurra-empurra, com a chegada de Pelé e da senadora,
devidamente recepcionados no portal de entrada da Agrotins pelo
governador Sandoval Cardoso (SD), pelo vice-governador Tom Lyra (PR) e
pelo secretário de Agricultura e Pecuária, Júnior Marzola, além de
deputados e uma multidão de políticos e fãs do Rei do Futebol, a
comitiva chegou ao pavilhão onde seria realizada a entrevista coletiva.
GOVERNADOR BARRADO PELOS SEGURANÇAS
Enquanto os jornalistas se deslocaram para a sala onde Pelé conversaria
com a imprensa, no estande da Faet/Senar/Sebrae, as autoridades foram
conduzidas para uma sala VIP, bem ao lado. Entraram nela o prefeito de
Palmas, Carlos Amastha (PP) e o vice-governador. Quando passaram Pelé e
Kátia, os seguranças fecharam a porta e não deixaram o governador
Sandoval Cardoso passar.
O chefe da Casa Militar, coronel Alfrenésio Martins Feitosa, que
acompanhava Sandoval, explicou aos seguranças que se tratava do
governador do Estado. "Então, uma assessora da senadora, mesmo sabendo
que era o governador, disse que só entraria com autorização dela. Aí eu
falei assim: 'você vai permitir que o governador do seu Estado seja
barrado?' E ela continuou insistindo que só entraria com autorização da
senadora", relatou o coronel.
SOLDADINHO DE MERDA'
Segundo ele, pelo vidro da porta da sala VIP, Kátia assistia a tudo,
"mas fingia que não via". Então, continou coronel Feitosa, o
vice-governador e o prefeito Carlos Amastha pediram à Kátia para que
liberasse a entrada de Sandoval. "A senadora fez sinal com a mão para
que a porta fosse aberta para o governador e liberaram", disse o chefe
da Casa Militar.
Sandoval entrou, mas o coronel continuou dizendo para assessora que ela
não deveria ter permitido que o governador do Estado fosse impedido
entrar. "Até porque ela sabia que se tratava do governador, ela o
conhecia. Tudo foi de propósito, sabiam que o faziam quando barraram o
governador.", contou Feitosa.
Nisso, a senadora viu que a discussão continuava e, de acordo com o
chefe da Casa Militar, abriu a porta de novo e disparou: "Seu soldadinho
de merda, seu puxa-saco". "Ela disse e já fechou a porta e eu disse
assim para ela: a senhora está desrepeitando a Polícia Militar,
senadorazinha'", relatou o coronel.
Ele disse que a Kátia o conhece e sabe que Feitosa trabalha com o
governador. "Foi um desrespeito não a mim, mas à Polícia Militar. Ela se
mostrou totalmente despreparada para o cargo que ocupa ou para qualquer
outro cargo público", avaliou Feitosa.
Segundo o chefe da Casa Militar, associações militares devem emitir uma
nota sobre o episódio, e o caso será levado à tribuna da Assembleia
terça-feira, 13, pelo deputado estadual Stálin Bucar (SD) e à Câmara
Federal, pelo deputado Eduardo Gomes (SD).
OUTRO LADO
Já aliados da senadora afirmam que o problema todo é porque o chefe da
segurança de Pelé, cuja marca é administrada por uma empresa americana,
não fala português. Só inglês. Dessa forma, não conhece o governador
Sandoval Cardoso, que, afirmam os aliados, só esperou até que a senadora
fosse acionada, por volta de 6 minutos.
Kátia teria se irritado porque o coronel estaria falando alto frases
como “isso aqui é política, barraram meu governador”. Foi então que a
senadora teria regido dizendo: “O que é que está acontecendo aqui? Me
respeita, seu puxa saco! Pode falar baixo e parar de humilhar as
pessoas”.
CORONEL NEGA
O coronel Feitosa negou ao blog que tenha ficado gritando frases em
defesa do governador. "Não disse essa frase. Discutimos e ergui a voz
quando a assessora ergueu, mas não fiquei gritando", garantiu.
Segundo ele, Kátia não disse a frase: "Me respeita, seu puxa saco! Pode
falar baixo e parar de humilhar as pessoas”. "O que ela, só com a cabeça
para fora da porta, disse foi: 'Seu soldadinho de merda, seu
puxa-saco'. Foram exatamente essas palavras e só essas palavras, e
fechou a porta", assegurou o chefe da Casa Militar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário