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Diante da possibilidade do PP deixar Dilma, partido no Tocantins pode acabar aliado ao Palácio Araguaia

A movimentação nacional, diante do aprofundamento do desgaste da presidente Dilma Roussef (PT), pode "contanimar" o jogo de composições no Tocantins. Mais especificamente: o PP pode repensar sua postura no Estado, dependendo do que ocorrer na conjuntura nacional. Na solenidade dessa terça-feira, 13, na qual o Solidariedade (SD) anunciou apoio à candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República, houve uma sinalização muito sutil. Quando do SD insinuou queria a vaga de vice-presidente, Aécio disse que vai discutir isso mais à frente, e pronto.

O PP vê nessa brecha do tucano uma oportunidade. Com o desgaste do PT cada vez maior, e de sua candidata, os pepistas não descartam de forma alguma a possibilidade de também comporem palanque com Aécio. Para bancar a jogada, o partido pode oferecer ao tucano um dos maiores tempos de televisão (quase igual ao do PSDB). Lembrando que o ex-ministro e senador Francisco Dornelles (RJ), o homem mais respeitado do PP, é tio de Aécio Neves.

O TOCANTINS PERGUNTA: E EU KIKO?

E que o Tocantins tem a ver com isso? Primeiro tem as ligações das lideranças do partido no Estado com a cúpula nacional. O pré-candidato a governador, empresário Roberto Pires, é ex-genro presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que tem no presidente regional da legenda, deputado federal Lázaro Botelho, seu mais fiel aliado. Isto é, se Ciro Nogueira levar o PP, com Francisco Dornelles, para a campanha de Aécio Neves, o poder de atração será irresistível e o partido no Estado, sem dúvida, acompanhará.

O que significa dizer que, se o PP deixar o barco de Dilma Rousseff, o divórcio com o PT será mais do que certo. O partido da presidente não aceita sequer conversar com siglas que não acompanhem sua candidata.

UMA GIGANTESCA PORTA

Também significa que estará aberta uma gigantesca porta de diálogo entre PP e Palácio Araguaia - lembrando que o governador Sandoval Cardoso é do SD, agora aliado de primeira hora de Aécio Neves. Líderes pepistas não veem problema nesse diálogo desde que o candidato para as eleições de outubro seja o próprio Sandoval e não o ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos (PTB).

Se o candidato for Eduardo, o PP vê mais dificuldades de diálogo, porque o partido não esquece que lhe foi prometido a vaga de senador em 2010 e tirada na última hora - foi para Vicentinho Alves (hoje no SD e na época no PR). Até hoje, a sigla não perdoa Eduardo por isso. Foi esse episódio que fez os pepistas seguirem para a campanha do ex-governador Carlos Gaguim (PMDB) na época.

MAIS SEMELHANÇAS DO QUE DIFERENÇAS

Em relação ao governador Sandoval Cardoso, o PP vê nele mais semelhanças e afinidades com suas propostas e quadros do que diferenças. Em termos de bandeira, os discursos de Sandoval têm batido com aqueles temas defendidos por Roberto Pires. Os dois principais: modernização da gestão pública e industrialização.

Com o presidente do PP, deputado Lázaro Botelho, Sandoval tem uma relação que vem de longe. Em 2010, por exemplo, os dois fizeram dobradinhas em dezenas de municípios do Estado. E o relacionamento entre eles se tornou ainda melhor e mais próximo desde então. Até porque têm a atuação política dos dois é centrada na mesma região, o norte do Estado. Sandoval é de Colinas e Lázaro de Araguaína.

Essa aproximação do PP ainda faria com que os partidos próximos a ele também se sentassem com o Palácio Araguaia. Além disso, a chegada do PP poderia facilitar a solução para a mais difícil de todas as equações eleitorais: a composição das chapas proporcionais, que, como o blog já afirmou, é o que vai decidir quem será candidato a governador ou não.

AMASTHA ABRIU O CAMINHO

Se realmente a prosa eleitoral caminhar para esse rumo, quem terá saído à frente será o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP). Ele está muito próximo do governador, que já disse publicamente que é grato a Amastha porque foi ele quem iniciou a enorme corrente de apoio de prefeitos à eleição de Sandoval no final de abril e início de maio.  

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