Acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, investigado na
operação Lava Jato, o deputado federal e ex-vice-presidente da Câmara
dos Deputados, André Vargas (PT), pediu sua desfiliação do PT. Em carta
encaminhada ao diretório municipal de Londrina, o parlamentar comunica
que está se desligando dos quadros “de filiados desta agremiação
partidária”.Vargas comunicou nesta sexta-feira ao presidente
estadual da sigla, Ênio Verri, ter entregue a carta pedindo a
desfiliação. Ao Broadcast Político, Verri avaliou que Vargas optou por
deixar o partido para “ter mais liberdade para fazer sua defesa”.
Licenciado
do cargo, Vargas informou também na carta que comunicará seu
desligamento à Justiça eleitoral de Londrina. O parlamentar enfrenta um
processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de
decoro e sofre pressões dentro do próprio PT para renunciar ao mandato
de deputado.
Na terça-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, pediu a Vargas que renunciasse ao mandato
para não prejudicar as campanhas da presidente Dilma Rousseff e dos
candidatos aos governos de São Paulo, Alexandre Padilha, e do Paraná,
Gleisi Hoffmann. Vargas resiste às pressões.
Falcão disse ao
deputado que, se ele não renunciasse, seria expulso pela Comissão de
Ética do PT. Aliados de Vargas afirmaram que no PT não existe “rito
sumário”. Não era isso, porém, que Falcão estava dizendo. No partido,
todos sabiam o desfecho de um processo na comissão de ética contra
Vargas: a expulsão. Foi então que, pressionado pelo governo Dilma e pela
cúpula do PT, ele decidiu se desfiliar. “Não quero prejudicar Padilha,
que é meu amigo”, afirmou Vargas em conversas reservadas.
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