Decisão foi tomada após reunião com o presidente da Câmara.
Estava em pauta projeto contra discriminação por orientação sexual.
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) decidiu nesta terça-feira (7)
adiar para a próxima semana sessão da Comissão de Direitos Humanos
marcada para esta quarta (8).
Na pauta da reunião, estava prevista votação de projeto de lei que
autoriza a chamada "cura gay", ao permitir que psicólogos realizem
tratamento terapêutico para que pacientes deixem a homossexualidade.
A decisão foi tomada nesta noite após reunião com o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Um dos motivos seria a
previsão de um dia agitado na Casa, com a expectativa de protestos de
indígenas e produtores rurais, além das votações em plenário, incluindo a
polêmica MP dos Portos.
Em comunicado, Feliciano disse que atendeu o pedido "para segurança dos
parlamentares, bem como o bom andamento dos trabalhos". A previsão é
que a sessão da Comissão de Direitos Humanos, foco de constantes
tumultos desde a posse de Feliciano, ocorra no próximo dia 15.
O projeto da "cura gay", de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO),
líder da bancada evangélica na Câmara, pede a extinção de dois artigos
da resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Um deles impede a atuação dos profissionais para tratar homossexuais e qualquer ação coercitiva em favor de
orientações não solicitadas pelo paciente. O outro determina que
psicólogos não se pronunciem de modo a reforçar preconceitos em relação a
homossexuais.
Se for aprovado na comissão, o projeto ainda precisaria passar por
outras duas comissões antes de ir para o plenário da Câmara, para depois
seguir para análise do Senado.
Também estava prevista para a sessão desta quarta projeto que penaliza a
discriminação contra heterossexuais, estabelecendo políticas
antidiscriminatórias para proteger quem se relaciona com pessoas do sexo
oposto.
O texto, de autoria do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ),
estabelece pena de um a três anos de reclusão para esse tipo de crime.
Feliciano quer votar, ainda, projeto que busca especificar os atos
considerados crimes de disciminação e preconceito, indo além da lei do
racismo em vigor.
A proposta define o crime de discriminação resultante de preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou origem. No texto substitutivo (projeto
com alterações) da relatora, deputada Erika Kokay (PT-DF), que deixou a
comissão, foi inserido o crime cometido por “orientação sexual” e
“idade”, o que beneficia homossexuais e idosos.
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