Kátia Abreu consegue restabelecer comissão interventora “por tempo indeterminado” e PMDB do Tocantins está de novo sob seu comando

A senadora Kátia Abreu, hoje ministra da Agricultura, pediu e conseguiu junto à Executiva Nacional do PMDB a prorrogação da vigência da comissão interventora do partido junto ao diretório do Tocantins, e por tempo indeterminado. A vigência da comissão tinha vencido no dia 18 de setembro, três meses depois da intervenção ocorrida no dia 18 de junho do ano passado, em meio à briga dos “Autênticos”, liderados por Kátia e pelo governador Marcelo Miranda, com o grupo do ex-deputado federal Júnior Coimbra.

No site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a informação é de que a comissão interventora foi “restabelecida por decisão do partido”.

Na prática, o PMDB do Tocantins é hoje novamente comandado por Kátia, depois de uns meses sem organização formal no Estado. Do ponto de vista político, é uma vitória da senadora sobre o governador Marcelo Miranda, com quem rompeu às vésperas da posse, em meio à muita gritaria, depois de tê-lo ajudado a vencer as eleições de outubro.
SEM INTERVENÇÃO NÃO HAVERIA CANDIDATURAS

A intervenção da executiva nacional no PMDB do Tocantins foi fundamental para viabilizar a candidatura do governador Marcelo Miranda em 2014. O grupo de Coimbra dominava o partido e, se fosse para a convenção, venceria fácil os “Autênticos” e impediria a candidatura de Marcelo. A comissão promoveu intervenção na maioria dos diretórios municipais da legenda no Estado, o que tirou os poderes dos delegados e, só assim, conseguiu garantir as candidaturas de Marcelo a governador e de Kátia ao Senado.

ALIANÇA COM EX-ADVERSÁRIOS

A manobra da senadora para garantir o comando do PMDB mostra que o cerco se fecha cada vez mais contra Marcelo no interior de seu partido. Ou seja, o governador caminha para ficar mais e mais isolado dentro da própria legenda que o elegeu.

Para complicar ainda mais, Kátia está trazendo para seu lado os maiores adversários de 2014. O ex-deputado Júnior Coimbra é o principal deles. Suplente, Coimbra, conforme pessoas que conversaram recentemente com a ministra, só não assumiu ainda a vaga do deputado federal Irajá Abreu na Câmara Federal por causa do PSD, já que o parlamentar tocantinense ocupa uma das mais importantes funções de liderança da Casa, na presidência da Comissão da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Em Palmas, o filho de Kátia, Iratã Abreu (PSD), já se afastou para dar lugar a um “coimbrista” na Câmara da Capital, o vereador Carlos Braga (PMDB).

Por fim, a ministra já está em perfeitas relações com outro adversário histórico do PMDB, o deputado federal Carlos Gaguim, que, quando candidato à reeleição a governador, em 2010, era chamado de corrupto para baixo por Kátia toda vez que ela tinha oportunidade de falar.