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PP deve retirar nos próximos dias pré-candidatura de Roberto Pires; partido ouviu o que queria: candidato do Palácio é Sandoval

O cenário eleitoral do Tocantins está ficando cada dia mais claro. As movimentações do governador Sandoval Cardoso (SD) nos últimos dias fizeram "as nuvens" se mexerem e dar uma nova configuração ao desenho. Com isso, o PP deverá anunciar nos próximos dias a retirada da pré-candidatura do empresário Roberto Pires para aderir ao Palácio Araguaia. Para tanto, os pepistas exigiram o sólido compromisso de que o candidato do governo será Sandoval e não o ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos (PTB), a quem a legenda resiste. A palavra foi empenhada. Segundo ouviu o PP, Eduardo seria candidato a deputado estadual, mas também poderia disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.

Com isso, o Palácio Araguaia começa a ganhar musculatura para outubro, enquanto a oposição ainda "patina" e perde importantes partidos por falta de entendimento interno.

PP, PRB, PDT e PSB COM PALÁCIO

Como havia um acordo entre PP e PRB, o presidente regional pepista, deputado Lázaro Botelho, e Roberto Pires conversaram na manhã desta quinta-feira, 15, com o deputado federal César Halum. O parlamentar ficou pensativo, mas também deverá anunciar nos próximos dias apoio à reeleição de Sandoval.

O PP, ao se decidir pelo Palácio Araguaia, deixa muito feliz o prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que é do partido e há muito vem se aproximando de Sandoval. Assim, com Amastha e o PP na candidatura palaciana, devem ir juntos para o governo dois aliados deles, PSL e PCdoB.

Nos bastidores, o apoio do PDT, do deputado federal Ângelo Agnolin, ao governador também é tido como certo. O parlamentar viajou com Sandoval algumas vezes pelo interior e, em lançamento de obras, elogiou o Palácio Araguaia ao microfone, em alto e bom som. Fora isso, o governador também já teve uma conversa com a ex-vice-prefeita de Palmas Edna Agnolin.

Além dos pedetistas, o Palácio Araguaia já tem muito bem encaminhado o apoio do PSB, do prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, que vai com cautela, mas nunca escondeu a preferência pelo governo nas eleições de 2014.

O TAMANHO DA BRONCA DA OPOSIÇÃO

Se realmente se confirmar o apoio de PP, PRB e PDT, vai sobrar poucos partidos de peso para a oposição. O PR, ainda que haja uma tentiva de resistência que é pouco provável que sairá bem-sucedida, também deve ficar com o Palácio Araguaia - lembrando que o partido já tem o vice-governador, Tom Lyra. Assim, das legendas mais expressivas do Estado, o governador Sandoval já contaria com o apoio fechado, quase fechado e muito bem encaminhado de: SD, PSDB, PTB, PEN, PR, PP, PRB, DEM, PSB e PDT [sem contar os nanicos]. Pelo tamanho já quase virou uma nova União do Tocantins.

O PPS vive um drama. O presidente regional, deputado estadual Eduardo do Dertins, quer o Palácio; o vice-presidente, deputado estadual Manoel Queiroz, prefere o PMDB, do ex-governador Marcelo Miranda; e o recém-filiado, procurador da República Mário Lúcio Avelar, trabalha pela sua candidatura a governador.

SOBRA POUCA COISA

À oposição vai sobrar pouca coisa. O principal partido desse grupo, o PMDB, precisa ainda superar suas divergências internas. Há um acordo recente em torno do nome do ex-governador Marcelo Miranda. Se ele estiver elegível, como insiste que está, tudo indica será uma decisão mais tranquila e ele será o candidato. Se, contudo, Marcelo estiver inelegível, o partido voltará ao estado de guerra. Além disso, a resistência em relação à candidatura à reeleição da senadora Kátia Abreu é simplesmente gigantesca. O grupo do deputado federal Júnior Coimbra está decidido a aceitar Marcelo como candidato, mas não aceita Kátia de jeito nenhum, ainda que tentem disfarçar para não ferir os brios dos "Autênticos" dizendo na mídia que "ela não é tão ruim quanto parece e podemos até aceitar".

O PMDB contará com o apoio do PSD por motivo óbvio: o partido é comandado pelo filho da senadora, o deputado federal Irajá Abreu.

O OUTRO MARCELO SE O MIRANDA NÃO PUDER

O segundo segmento mais fortalecido da oposição é o PV, que tem a pré-candidatura do deputado estadual Marcelo Lelis. Ele vem conquistando seu espaço e há quem diga que seria o candidato a governador desejado pela senadora Kátia Abreu, caso Marcelo Miranda esteja mesmo inelegível.

POR FALTA DE OPÇÃO

Uma candidatura que poderá se viabilizar por falta de condições do partido de aliar a outra sigla seria a do ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão, do PT. A legenda não poderá acompanhar seu aliado PP para o Palácio Araguaia, já que é ferrenho adversário do governo do Estado desde o ano passado (ainda que tenha se aliado veladamente ao siqueirismo nos dois primeiros anos). Fora isso, seu já quase ex-aliado, o PP, poderá compor palanque do candidato a presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), como o blog afirmou nessa quarta-feira, 14.

Por outro lado, boa parte da base do PT resiste ao nome da senadora Kátia Abreu. A presença dela, por exemplo, foi o que fez o partido não ir a uma reunião da oposição convocada pelo senador João Ribeiro no ano passado. Contudo, Kátia vem se aproximando e reaproximando de lideranças petistas expressivas, como o próprio Mourão [com que ela brigou ainda no governo Marcelo Miranda, no maior barraco da história da política tocantinense] e os irmãos José Santana, prefeito de Colinas, e Amália Santana, deputada estadual.

SEM MUSCULATURA

Por fim, entre os principais nomes do tabuleiro ainda existe na oposição a pré-canidatura do senador Ataídes Oliveira (Pros), que até agora não conseguiu musculatura para atrair partidos a se aliarem em torno dele. Resta saber se ele vai encarar a disputa, mesmo de forma isolada, ou se também retirará seu nome para se aliar a outro candidato. 

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