Presidente do Conselho de Administração do 
instituto garante que todos servidores quando se aposentarem terão seus 
benefícios assegurados
O presidente do Conselho de Administração do Instituto de Previdência do
 Estado do Tocantins (Igeprev), Lúcio Mascarenhas Martins, também 
secretario estadual da Administração, divulgou nota na tarde desta 
segunda-feira, 18, pela qual afirma que nenhum prejuízo foi comprovado 
por gestão irregular de recursos do instituto, culpa o ex-governador 
Marcelo Miranda (PMDB) pelo desequilíbrio financeiro da instituição e 
garante que todos os servidores ao se aposentarem receberão seus 
benefícios.
 
Segundo Mascarenhas, no atual momento não se comprovou qualquer prejuízo
 por gestão fraudulenta ao Fundo de Previdência e, consequentemente, a 
nenhum dos beneficiários do Igeprev. “O desenquadramento dos fundos foi 
resolvido através de Termo de Ajustamento de Conduta feito com o 
Ministério da Previdência e Advocacia Geral da União, que concedeu prazo
 até 2018 para resolver os problemas de ajustamento existentes”, diz.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração, em outubro de 
2007, o então governador Marcelo Miranda deu início ao desequilíbrio 
financeiro e atuarial no Fundo de Previdência, criando a Lei 1.837 que 
trouxe para o Igeprev a responsabilidade de pagar todos os servidores 
aposentados, inclusive àqueles que se aposentaram antes de 1º de janeiro
 de 2004, retroagindo essa obrigação a setembro de 2007.
“Essa manobra eleitoreira permitiu que mais de 4 mil aposentados (a um 
custo de R$ 130 milhões), que tinham suas aposentadorias pagas pelo 
Tesouro do Estado e que não haviam recolhido nenhum valor para o Fundo 
de Previdência, passassem a ter seus benefícios pagos pelo Igeprev”, 
declara.
Conforme Mascarenhas é falsa a informação que o Igeprev teria aplicado 
R$ 4 milhões, ou qualquer outro valor, diretamente na financeira BVA. 
“Esse montante, divulgado pela mídia, foi aplicado no Fundo gerenciado 
pela Totem Corretora, que conta com ações de outras empresas que têm 
condição, financeira e creditícia saudável”, afirma .
“As aplicações feitas pela Totem Corretora, dos R$ 4 milhões aplicados 
somente R$ 286 mil couberam ao BVA. Aliás, o Igeprev não investiu valor 
algum diretamente no BVA ou no Banco Rural”, declara. “ Repita-se que, 
neste momento, o que se tem de concreto são diversos questionamentos, 
questionamentos esses que, da forma como vêm sendo feitos, acabam por 
afastar a verdade, como o fato de que o Fundo das ações da Churrascaria 
Porcão foi o terceiro de melhor rendimento no semestre, chegando à 
rentabilidade aproximada de 12% no ultimo mês.”
Entenda
Duas auditorias do Ministério da Previdência Social (MPS) apontam 
supostas irregularidades nos investimentos praticados por ex-gestores do
 instituto. As auditorias do MPS teriam constatado que aplicações 
supostamente ilícitas na gestão de recursos do instituto, que teriam 
causado prejuízo de R$ 153 milhões, mas que podem alcançar R$ 300 
milhões, além de investimentos temerários de mais de R$ 500 milhões. 
Outras duas auditorias do Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontam 
supostas aplicações em desacordo com as normas do Banco Central e citam 
autoridades do governo do Estado.
Leia a nota na íntegra:
"O Presidente do Conselho de Administração do IGEPREV vem a público para esclarecer que:
1. O IPETINS – Instituto de Previdência do Estado do Tocantins foi 
criado em 1989 no Governo Siqueira Campos e, posteriormente, reformulado
 pela Lei Nº 1.246, de 5 de setembro de 2001, também no Governo Siqueira
 Campos.
2. Para que o Fundo de Previdência gerido pelo IPETINS se tornasse um 
fundo de previdência capitalizado, o Governador Siqueira Campos 
determinou que o IPETINS, pagasse os benefícios apenas para os 
servidores que se aposentassem a partir 1o de janeiro de 2004.
3. Essa determinação alcança também os servidores vindos de outros 
Estados, ou seja, só iriam ser custeadas pelo IPETINS as aposentadorias 
que ocorressem a partir de 1o de janeiro de 2004, com a diferença que 
essas aposentadorias são compensadas pelo sistema de compensação 
previdenciária entre os institutos dos diversos Estados da federação.
4. Isso permitiu que o IPETINS recebesse os recursos por mais de 2 anos e
 meio sem qualquer despesa de benefício que gerasse ônus para o próprio 
IPETINS, assumindo o Tesouro do Estado esse ônus, o que fortaleceu 
significativamente o IPETINS.
5. Durante aqueles dois anos e meio, o Governador Siqueira Campos 
assinou contrato com o Banco do Brasil que, através da sua subsidiaria 
BBDTVM (uma das instituições de maior performance e credibilidade do 
mercado financeiro), passou a gerir os recursos do Fundo.
6. Era a BBDTVM que escolhia, em perfeita sintonia com o Governo do 
Estado, a estratégia de aplicação, em quais fundos aplicar e em 
contrapartida recebia uma taxa de administração variável de acordo com 
os resultados (a performance).
7. A gestão terceirizada dos Fundos foi escolhida pelo Governo Siqueira 
Campos, à época, por entender ser a melhor estratégia para consolidar e 
fortalecer o nosso Fundo de Previdência.
8. A política salarial do Serviço Público no País impossibilita a 
contratação de funcionários especializados dessa área, sendo, na época, o
 BBDTVM (Banco do Brasil) o melhor gestor para o Fundo de Previdência 
dos Servidores do Estado, em razão das aplicações serem feitas de comum 
acordo com o Governo do Estado.
9. Em 2004, pela Lei nº 1.434, de 10 de fevereiro de 2004, o Governo 
Marcelo Miranda mudou o nome do IPETINS para IGEPREV e a partir de 2005 
aquele Governo impôs ao Conselho de Administração do IGEPREV uma mudança
 na política de gestão do Fundo, afastando a BBDTVM (Banco do Brasil) e 
adotando a política de gestão própria do Fundo. Essas mudanças deram 
abertura para que problemas nas aplicações viessem a acontecer. Os 
gestores da época já estão, inclusive, condenados a devolver o valor dos
 prejuízos (R$ 24 milhões) que deram ao Fundo, estando ameaçados de 
prisão.
10. Naquela oportunidade, nenhum Sindicato ou qualquer outra instituição
 fizeram qualquer objeção ou movimentação contraria a política adotada 
pelo governante de então.
11. Em outubro de 2007 o então Governador Marcelo Miranda deu início ao 
desequilíbrio financeiro e atuarial no Fundo de Previdência, criando a 
Lei 1.837 que trouxe para o IGEPREV a responsabilidade de pagar todos os
 servidores aposentados, inclusive àqueles que se aposentaram antes de 
1o de janeiro de 2004, retroagindo essa obrigação a setembro de 2007.
12. Essa manobra eleitoreira permitiu que mais de 4 mil aposentados (à 
um custo de R$ 130 milhões), que tinham suas aposentadorias pagas pelo 
Tesouro do Estado e que não haviam recolhido nenhum valor para o Fundo 
de Previdência, passassem a ter seus benefícios pagos pelo IGEPREV.
13. Isso aumentou significativamente o déficit atuarial do Instituto. 
Novamente os Sindicatos e outras entidades representativas não se 
manifestaram, eis que certos porta vozes ficaram quietos com a promessa 
eleitoreira de aumento de 25% para os Servidores do Quadro Geral e da 
Saúde do Estado.
14. Aumentado o déficit atuarial, o IGEPREV teve que buscar uma política
 de investimentos (mediante gestão própria) mais agressiva.
15. No atual momento não se comprovou qualquer prejuízo por gestão 
fraudulenta ao Fundo de Previdência e, consequentemente, a nenhum dos 
beneficiários do IGEPREV.
16. O desenquadramento dos Fundos foi resolvido através de Termo de 
Ajustamento de Conduta feito com o Ministério da Previdência e Advocacia
 Geral da União, que concedeu prazo até 2018 para resolver os problemas 
de ajustamento existentes.
17. A absoluta maioria dos Fundos brasileiros investiram em papeis do 
BVA e Banco Rural, sendo que os maiores investidores, neste bancos, são 
fundos ligados a instituições estatais federais.
18. É falsa a informação que o IGEPREV teria aplicado R$ 4 milhões, ou 
qualquer outro valor, diretamente no BVA. Esse montante, divulgado pela 
mídia, foi aplicado no Fundo gerenciado pela TOTEM CORRETORA, que conta 
com ações de outras empresas que têm condição, financeira e creditícia 
saudável.
19. As aplicações feitas pela TOTEM CORRETORA, dos R$ 4 milhões 
aplicados somente R$ 286 mil couberam ao BVA. Aliás, o IGEPREV não 
investiu valor algum diretamente no BVA ou no Banco Rural.
20. Repita-se que neste momento o que se tem de concreto são diversos 
questionamentos, questionamentos esses que, da forma como vêm sendo 
feito, acabam por afastar a verdade como o fato de que o Fundo das ações
 da Churrascaria Porcão foi o terceiro de melhor rendimento no semestre,
 chegando à rentabilidade aproximada de 12% no ultimo mês.
21. Finalmente, o Governo do Estado garante que todos os servidores, ao se aposentarem, receberão fielmente seus benefícios.
Palmas, 18 de novembro de 2013.
LÚCIO MASCARENHAS MARTINS
Presidente do Conselho de Administração"

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