As renúncias do secretário da Administração do Estado (Secad), Lúcio
Mascarenhas, e do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins
(Sisepe-TO), Cleiton Pinheiro, foram solicitadas pelo deputado José Bonifácio
(PR) na sessão vespertina desta quarta-feira, dia 9. O assunto repercutiu entre
os parlamentares que demonstraram, de formas diferentes, apoio à crítica de
Bonifácio.
O motivo do discurso foi a nota, divulgada pelo Sisepe nesta manhã, que
informa que foi fechado um acordo entre a entidade, a Secad e o IBC, empresa
que desenvolve softwares de gestão, a respeito do controle de empréstimos
consignados. Entretanto, segundo Bonifácio, Cleiton Pinheiro havia afirmado aos
deputados, em reunião na sala vip da Assembléia, um dia antes, que tal acordo
não aconteceria.
Ainda conforme Bonifácio, existe uma forma mais barata de fazer empréstimos
consignados, diretamente com os terminais eletrônicos, e sem a necessidade da
intermediação dos departamentos de Recursos Humanos. Por outro lado, o novo
acordo renderia aos servidores elevadas taxas de juros. “Se tivermos de mudar,
que se mude para melhor”, conclamou o parlamentar.
“Senhores servidores públicos, vosso presidente está, no mínimo, sob suspeita.
Sugiro que ele deveria renunciar. Também é hora de o secretário Mascarenhas
pedir sua exoneração para que outro resolva a confusão que ele deixou”,
declarou Bonifácio.
Em seguida, o deputado Eli Borges (Prós) relembrou que é servidor de
carreira do Banco do Brasil e que dispõe de conhecimento sobre o assunto. “Esse
negócio não está certo”, disse, referindo-se ao acordo mencionado. “É preciso
que a Assembleia se posicione. Eu sou solidário a essa luta”, afirmou.
Já o deputado Sargento Aragão (Prós) afirmou estranhar a súbita mudança de
idéia do presidente do Sisepe. “Ontem, na sala de reunião, ele era contra.
Hoje, tomou outra postura e está a favor. É muito difícil lidar com um
representante como esse”, comentou.
Para o petista Zé Roberto, o acordo é “injustificado”. “Queremos que o
governo suspenda esse assalto aos servidores”, disse. O deputado também
criticou duramente as atuações de Mascarenhas, pela sua postura junto aos
deputados, e de Pinheiro, por se posicionar contra os interesses dos servidores.
O líder do governo, deputado Carlão da Saneatins (PSDB), limitou-se a
comentar que o governo não proíbe a disponibilização de informações aos
servidores e que há autonomia dos parlamentares para contribuir e
corrigir eventuais erros dos projetos analisados. (Dicom/AL)
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