Recurso Contra Expedição de Diploma foi proposto por Paulo Mourão que
foi candidato ao Senado pelo PT nas eleições 2010. O senador João
Ribeiro responde, via assessoria que confia no julgamento do TSE
A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) emitiu parecer na tarde desta
quarta-feira, 24, favorável a cassação dos mandatos dos senadores João
Ribeiro e Vicentinho Alves, ambos do Partido da República (PR), no
Recurso Contra Expedição do Diploma (RCED) nº 263109. Para a PGE, ficou
comprovado ilícito eleitoral, desvirtuamento de propaganda partidária,
propaganda eleitoral extemporânea.Para a Vice-procuradora-geral
Eleitoral , os abusos que o RCED aponta terem sido cometidos pelos
senadores foram suficientes para desequilibrar as eleições 2010. O
parecer foi assinado pela Vice-procuradora-geral Eleitoral Sandra
Cureau. A relatora do processo é a ministra do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Luciana Lóssio.
O RCED contra os senadores tem algumas semelhanças em comum com a Ação
de Investigação Judicial Eleitoral nº 1433.34 que tramita no Tribunal
Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) pedindo a cassação do mandato
do governador Siqueira Campos (PSDB) e do vice-governador João Oliveira
além da inelegibilidade dos dois e do filho do governador, secretário de
Relações Institucionais, Eduardo Siqueira Campos (PSDB) e do
apresentador de TV, Vanderlan Gomes. O programa Primeira Mão apresentado
por Gomes figura nos dois processos como um dos abusos nas eleições
2010.
O RCED foi proposto por Paulo Mourão (PT) que foi candidato ao cargo de
senador nas eleições 2010. Também estão no processo os suplentes de
Vicentinho, João Costa Ribeiro Filho (PSL) e Agimiro Dias da Costa
(PSDB) e também os suplentes de Ribeiro, Ataídes de Oliveira (PSDB) e
Amarildo Martins da Silva.
Programa de TV
O parecer aponta que foi provado na utilização indevida de veículos de
comunicação, com o programa Primeira Mão, apresentado por Vanderlan
Gomes, em Araguaína.
A maior arma utilizada de forma irregular pelos senadores, afirma o
parecer, foi a propaganda nos programas partidários e no programa
Primeira Mão. Para a Vice-procuradora-geral Eleitoral, ficou evidente
que o programa buscou desequilibrar a igualdade de condições entre os
candidatos favorecendo Ribeiro, Vicentinho e seus suplentes. De acordo
com o parecer ficou ainda evidente o abuso de poder por meio da
divulgação de imagens, propostas e críticas aos adversários.
O programa Primeira Mão também é apontado pelo parecer por matéria
“editada e descontextualizada” da também à época candidata ao Senado,
Valderez Castelo Branco (PP), onde ela fala que tem um preço e seria
muito superior da R$ 5 milhões. A edição, de acordo com o parecer fugiu
do dever de informar e criou imagem negativa de Valderez. O programa é
citado por diversas vezes por beneficiar o governador Siqueira Campos,
João Ribeiro e Vicentinho Alves denegrindo os candidatos adversários em
especial o na época candidato a reeleição, ex-governador Carlos Gaguim
(PMDB) .
Ligação Siqueira e TV
“Indubitavelmente, a TV Girassol, por meio do Programa Primeira Mão,
foi utilizada, de forma flagrante, para alavancar a candidatura” de João
Ribeiro e Vicentinho, afirma o parecer que aponta para a ligação entre
Siqueira Campos e a TV Girassol. É frisado no parecer que Eduardo
Siqueira Campos, foi diretor presidente da empresa o que evidenciaria os
“estreitos laços” com a TV Girassol.
Propaganda eleitoral
O parecer aponta ser constatado claramente que o eleitor tocantinense
foi bombardeado com propaganda eleitoral extemporânea feita pelo PR dos
dois senadores em horário destinado à propaganda partidária no primeiro
semestre de 2010. “O que revela um esquema bem orquestrado para a
realização de propaganda eleitoral em período vedado”, aponta o parecer.
João Ribeiro comenta
A Assessoria de Imprensa do Senador João Ribeiro distribuiu nota à imprensa com o seguinte teor:
"Em
relação à reportagem veiculada na imprensa sobre o parecer da
Procuradoria-Geral Eleitoral divulgado nesta quarta-feira, 24,
informamos que:O
senador João Ribeiro (PR), que está em São Paulo para tratamento de
saúde, recebe com tranquilidade o parecer da Procuradoria- Geral
Eleitoral, por se tratar de um parecer e não uma decisão final.
Esta
decisão caberá ao Pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no qual o
senador deposita a mais absoluta confiança, em razão da imparcialidade
já demonstrada no julgamento de outros processos, inclusive de
julgamentos similares.
Além
disso, de acordo com a assessoria jurídica de João Ribeiro, as provas
dos autos demonstram que não houve a ocorrência de qualquer crime
eleitoral, não havendo, portanto, que se falar em potencialidade e
gravidade dos fatos. "

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